As pesquisas sobre Aquecimento Global acontecem a 25 anos, mas recém agora se tomou consciência de que os efeitos deste fenômeno são reais e que o maior responsável é a atividade humana.
É universalmente aceito que, para evitar a piora da situação, seria preciso parar de bombear na atmosfera dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Esses gases, resultantes da atividade humana, formam uma capa em torno do Planeta, impedindo que a radiação solar, refletida pela superfície em forma de calor, retorne ao espaço. Esses gases, também, em suspensão na atmosfera retém uma parcela maior de raios infravermelhos que deveriam ser refletidos para fora da atmosfera, voltando para a superfície na forma de calor. Isto é o chamado Efeito Estufa.
O Efeito Estufa é um fenômeno natural, e sem ele a superfície da Terra atingiria - 18ºC (dezoito graus Celsius abaixo de zero). A atmosfera precisa de uma quantidade muito pequena de dióxido de carbono para manter o Planeta em uma temperatura média de 15ºC, possibilitando a vida. O dióxido de carbono sempre esteve presente na atmosfera. Em boa medida, é graças a ele que o Planeta não congelou: o Efeito Estufa natural é essencial para a vida.
O grande problema é o crescimento vertiginoso nas emissões de gases poluentes desde o início da industrialização, originados pela queima excessiva de combustíveis fósseis pelo homem e a destruição de florestas pelo fogo, o que acelera o processo natural do Efeito Estufa, aquecendo a Terra.
Os desastres naturais estão diretamente ligados ao aquecimento do Planeta, que regula sua temperatura transportando calor da Linha do Equador para os Trópicos/Pólos. O Efeito Estufa aumenta a quantidade de calor transportado, aquecendo não só o continente, como também as águas superficiais dos oceanos.
Este aquecimento está desregulando nosso Planeta, alterando os elementos climáticos (temperatura, umidade relativa, direção do vento, pressão atmosférica, etc.), que antes seguiam uma regularidade. Para se auto-regular, a Terra usa furacões, tufões, tornados, ciclones, tempestades, etc. Deste modo, quanto maior o número de irregularidades climáticas ocorridas por causa do Aquecimento Global, mais catástrofes irão acontecer para o Planeta tentar se estabilizar.
A projeção do relatório do Painel Internacional sobre a Mudança Climática (IPCC) – composto por cientistas de 130 países, ocorrido na França no dia 02 de fevereiro de 2007 – traz basicamente três inquietações para a humanidade: (1) o aquecimento global é inequívoco, a temperatura deve subir entre 1,8ºC e 4ºC até o ano de 2100; (2) 90% da culpa é do homem; (3) os efeitos persistirão nos próximos séculos, mesmo que parem as emissões dos gases causadores do Efeito Estufa. O Mundo pode sofrer inundações, estiagens duradouras, furacões violentos, extinção de animais e quebras na agricultura. Evidências para o desastre já existem: menor número de dias frios, noites mais quentes, ondas de calor, ocorrência de chuva intensa, secas devastadoras e maior violência nos ciclones, principalmente no Oceano Atlântico.
O relatório do IPCC ainda traz projeções mais específicas para o Planeta:
- O efeito acumulado da poluição acarretará uma alta da temperatura de cerca de 0,2ºC por década nos próximos 20 anos e, depois, a alta será de 0,1ºC a cada 10 anos;
- Mesmo que diminua as emissões dos gases causadores do Efeito Estufa, o Aquecimento Global continuará se manifestando por séculos;
- O nível dos oceanos aumentará entre 18 cm e 59 cm;
- Inundações vão engolir povoados e ilhas, forçando a migração de milhares de pessoas;
- Ondas de calor mais freqüentes e secas prolongadas;
- Prejuízos na agricultura e pecuária;
- Extinção de várias espécies de animais;
- Derretimento das calotas polares;
- Ciclones, tornados e furacões mais violentos;
- China, Austrália e partes da Europa e dos Estados Unidos serão os mais castigados.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro de Pesquisas Meteorológicas Aplicadas em Agricultura, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) fizeram algumas previsões para o Brasil:
- Amazônia: nos próximos 50 anos, a temperatura pode aumentar entre 4ºC e 8ºC, havendo redução da chuva de 10% a 20%;
- Região Nordeste: o clima pode passar de semi-árido para árido, o que se assemelha a deserto. A alteração forçaria a migração da população local;
- Região Sudeste: chuva abundante, como a que ocorreu entre o final de 2006 e o início de 2007, deve ser intensificada;
- Região Sul: risco de tornados e furacões, como o Catarina, que arrasou cerca de 34 mil casas em Torres e na divisa catarinense em 2004. Também alterações na distribuição da chuva, prejudicando a agricultura e a pecuária;
- Agricultura: queda de 25% na produção do país. O cultivo do café perderia em torno de 60%, enquanto a quebra na soja seria de 39%;
- Pecuária: vacas reduziriam a produção de leite e sofreriam abortos;
- Saúde: maior incidência de malária e dengue. Inundações e secas prolongadas seriam nocivas, especialmente nas regiões metropolitanas.
O INPE ainda observa que o Brasil pode amenizar as previsões, evitando as queimadas, o desmatamento e oferecendo incentivos para as empresas menos poluidoras. A população pode colaborar usando menos o automóvel, poupando água, separando e reciclando o seu lixo.
Diminuir drasticamente as emissões de dióxido de carbono, o principal vilão do efeito estufa, significa frear o ritmo das indústrias e usinas termelétricas, acarretando enormes prejuízos à economia.
Se as ações pontuais para estancar o aquecimento da Terra não forem suficientes, e chegarmos ao ponto em que seja impossível reverter a dinâmica interna da natureza alterada pela ação humana, será preciso recorrer à “megamedidas” de emergência para salvar o Planeta e a economia das nações.
Para isto, cientistas e pesquisadores internacionais desenvolveram sete projetos radicais para salvar o Planeta, estando os mesmos ainda em fase de estudos para testar a viabilidade das ações:
1) Substituição de usinas termelétricas por usinas nucleares, ou seja, trocar o carvão pelo átomo;
2) Armazenar sob o solo todo o dióxido de carbono, ou seja, enterrar os gases tóxicos;
3) Desviar parte dos raios solares que atingem a Terra através da inserção no espaço de pequenos discos refletores de calor;
4) Colocar em órbita um gigantesco escudo redondo para bloquear parte dos raios solares que chegam à Terra;
5) Espalhar dióxido de enxofre na atmosfera para bloquear parte dos raios solares que chegam à Terra;
6) Adicionar ferro aos oceanos para “fertilizá-los” e estimular o crescimento do fitoplâncton, que absorvem dióxido de carbono;
7) Pulverizar as nuvens sobre o oceano com gotículas de água salgada para aumentar sua capacidade de refletir os raios solares.
Instituições de Ensino e Pesquisa, Cientistas e Pesquisadores estão desenvolvendo os estudos necessários para diagnosticar os problemas que estão ocorrendo com a nossa Ambiência, bem como prognosticando as soluções a serem aplicadas para salvar nosso Planeta. Organizações Não-Governamentais (ONG’s) e Ambientalistas em todo o Mundo estão cobrando o cumprimento de acordos e medidas mitigadoras. A mídia está divulgando massivamente os assuntos referentes ao Efeito Estufa e ao Aquecimento Global. É preciso sim haver esforços de todos os Chefes de Estado do Mundo, para que haja negociações em busca de um novo acordo para deter o Efeito Estufa e seu conseqüente Aquecimento Global, garantindo a vida das gerações futuras. Mas também é preciso a contribuição de cada um de nós para que o processo de recuperação de nosso Planeta seja mais eficaz e que ocorra o quanto antes.
Vadenilson Patussi, Geógrafo.
2 comentários:
Olá Vadenilson e todos mais!
Onde encontrou essas soluções tão elaboradas dos "cientistas"? Sou oceanóloga, e quanto ao que posso falar, o enriquecimento de Fe nos oceanos não passou de alguns experimentos que não são aceitos exatamente como conclusivos... acho que sobre esse assunto temos que ter cuidado em afirmar que "É universalmente aceito que" a culpa é humanos; existem outras idéias que levam em consideração ciclos naturais de aquecimento, como os que causaram eras glaciais anteriores. Concordo que as emissões de dióxido de carbono contribuem, que a temperatura vai aumentar mais, mas creio que é preciso cuidado para afirmar que 90% é culpa humana. Na verdade se puder me passar a página do IPCC para eu olhar esse relatório (estou agora começando um trabalho sobre quebras de safra de soja e mudanças climáticas, como o que você mencionou do pessoal de Campinas) e gostaria de me informar!
Abraço a todos,
Márcia Luiza Pearson
Olá Vadenilson, concordo com tudo que voce escreveu.
O ser humano com sua ganância está drestruindo o que nos foi dado de graça.
Agora estão aí desesperados.
Se ao menos incluissem uma educação referente ao meio ambiente para a geração que está entrando na escola agora, pode ser que estes consigam salva o planeta.
Mas, é como disse, vamos fazer nossa parte.
Abraços
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