sábado, 17 de maio de 2008

Sobre economia

Vanderlei Lermen*

No Brasil, há dois assuntos que parecem ser de domínio público e são discutidos em vários locais: futebol e economia.

Mas porque a economia atrai tanto o brasileiro? Provavelmente, porque o Brasil já foi palco de muitos experimentos econômicos, muitos deles não foram bem sucedidos - pelo menos na visão da população.

O brasileiro percebe a elevação dos preços e sente que já não consegue comprar o que comprava no passado com o seu salário, mesmo ele tendo aumentado nos últimos anos.

A economia pode ter várias definições. Para o senso comum, a “economia” está associada aos verbos economizar e poupar. Mas também há outras definições. Economia pode ser entendida como “atividade econômica”, ou seja, o conjunto de ações desenvolvidas pelos humanos no sentido de criar condições materiais para a sua sobrevivência. Dessa forma, o homem produz, distribui e consome riquezas, satisfazendo as necessidades para que haja a perpetuação da espécie.

A palavra economia, atualmente, também é usada como sinônimo de ciência econômica, que estuda as diferentes maneiras através das quais a sociedade se organiza e se relaciona para produzir, distribuir e consumir riquezas de modo a atender as necessidades.

Hoje em dia, a ciência se preocupa no estudo de um uso mais eficiente dos recursos materiais disponíveis, de modo a evitar desperdícios, uma vez que esses recursos são considerados escassos.

Existem as necessidades básicas do ser humano para sua sobrevivência, como a alimentação, vestuário e habitação. O problema é o seguinte: quando uma pessoa tem essas necessidades básicas atendidas, surgem outras em seu lugar, mantendo o ser humano permanentemente insatisfeito, querendo consumir cada vez mais. Por isso, muita gente sonha em ter um padrão de consumo como o da sociedade norte-americana. Todavia, os norte-americanos também não estão satisfeitos, querem consumir ainda mais.

Aí está o problema. Os recursos produtivos são escassos, o que impede que as necessidades humanas sejam todas atendidas. No entanto, alguém pode se perguntar: será a mão-de-obra um recurso escasso, tendo tanta gente desempregada? Em termos econômicos, sim, pois é preciso pagar para ter acesso a ela.

A mão-de-obra não qualificada é não está em escassez, sobra no mercado, por isso, tem uma remuneração muito baixa. Já a mão-de-obra qualificada é mais escassa do que a de baixa qualificação, por isso ela tem um valor mais elevado no mercado.

Na realidade, só é considerado não escasso algo que existe em tamanha abundância na natureza que não pode ser objeto de compra e venda. Como exemplo, temos o ar que respiramos (pelo menos por enquanto). Mas e a água também não é um elemento abundante na natureza? Sim. No entanto, a água já não se encaixa nesse contexto. Mesmo ela sendo abundante na natureza, nós estamos pagando para usá-la em nossas casas.

Também é considerado escasso, e todos nós sabemos disso, a energia, seja ela elétrica, térmica ou mecânica. Hoje, sabemos que há uma corrida para encontrar novas fontes de energia para substituir as fontes fósseis, especialmente o petróleo. Não apenas por este estar se transformando em um bem escasso, mas para reduzir a poluição ambiental e a degradação da camada de ozônio. Para substituí-lo está se apostando muito nos bio-combustíveis, mas, por traz disso, também, há um problema: será que com a produção de bio-combustível em escala industrial não haverá falta de alimentos no mundo, ou uma elevação no preço desses produtos? Empresas que transformam os produtos em combustíveis reclamam que o custo de produção supera o preço que recebem ao vender o material beneficiado.

Esses são motivos de discussões entre várias nações de todo o mundo. Tudo isso precisa ser muito bem analisado e discutido. Bom, na maioria das vezes esses fatos são como uma roda viva. Soluciona-se um problema, aparecem outros para atrapalhar nossas vidas.

*Acadêmico de Processos Gerenciais UNIASSELVI

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