quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Inferno

Guilherme Luis Pedroso

“Como será o inferno?” Acompanhe-me e imaginemos o seguinte, o inferno seria um lugar em que todas as pessoas que por algum desvio no mundo carnal, julgaram-se (ou alguém julgou elas) indignas de habitarem no mundo celestial. Estas pessoas passariam a eternidade se lamentando por atos cometidos temporariamente no mundo terrestre. O tempo que se vive na terra, este sim é probatório, um tempo de testes para sabermos da nossa dignidade ou não de habitar na presença de Deus, em seu plano perfeito.

Agora imagine comigo o inferno: As pessoas estariam parcialmente enterradas, apenas com as cabeças para fora. Suas faces são feias, cadavéricas, cheiram mal e há muitos gritos e lamentações. Elas estão realmente presas, presas ao seu mundo, presas pela escolha que fizeram na terra. Alguns dizem, em tom tristonho e arrependido: “- Porque não ouvi minha mãe, ela estava certa!”, outros ainda mais terríveis gritam: “- Como pude matar aquela pobre criança, ela não tinha nada a ver com meu incontrolável impulso sexual”. E há outros que se calam e choram, lamentam em seu íntimo, choram pra dentro, talvez por terem feito tão pequeno ato que os pôs ali.

O ensinamento que nos fica é de que, escolhas certas são regras sempre. Uma simples curva pode desviar milhares de Km um trem em ferrovia. Uma palavra mal dita fere o ego de pai e filho, os impede de viver amistosamente o resto da eternidade, pode durar uma fração de segundo, altera todo o resto da eternidade. E por lembrar da eternidade, como a definiremos?

Moacyr Scliar define assim: “(...)Pense numa enorme coluna de aço, tão alta que não se pode ver o topo, e muito larga. A cada mil anos passa pela coluna um pássaro, toca-a com a ponta da asa. Com o insignificante atrito fica em suas penas uma minúscula quantidade de pó de aço. Pois bem. Admitindo que a cada viagem o pássaro leve consigo um décimo de miligrama de aço, e que a massa da coluna tenda ao infinito, calcule-se que tempo levará o pássaro para desgastar completamente a coluna. Este tempo não é nem a milionésima parte da eternidade.”

Assim como as lamentações podem perdurar uma eternidade, um amor também pode, desde que muito bem nutrido no âmbito terrestre. E será que o amor pode vencer a morte? O amor pode transpor esta barreira? Por certo que sim. O Ser que escolhermos se definirá por “Eleito”, e por explicação da palavra, já se faz desde antes de virmos para a terra.

Acho que vou fazer um orçamento com alguma empresa publicitária, para lançar a seguinte campanha: “Ache o seu amor e viva com ele para a eternidade”. Seria uma tentativa de convencer a todos que a vida com amor é muito mais bela.

Ame, viva e pense na eternidade!

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