terça-feira, 28 de agosto de 2007

É só um cigarrinho

Juca Thiele
O tabaco em sua total inocência de planta Nicotiana tabacum brota pelos quintais do mundo, assim como vários outros estimulantes, entorpecentes, analgésicos naturais, chazinhos da vovó e tudo mais que se possa pensar.
O ser humano em sua ingenuidade começou a fazer uso da substância cancerígena a milhares de anos, nossos ta-ta-taravós já fumavam, isto todos sabem. Os malefícios de se aspirar fumaça são evidentes, o ar puro é muito mais ameno aos pulmões, a fumaça sabe-se lá o que está fazendo com suas entranhas, parece que o bom senso de que respirar fumaça não é um hábito saudável, permeia a todos, inclusive aos fumantes.
No Brasil, a contra-capa dos maços de cigarro são, no mínimo verdadeiras, provocam no usuário e, principalmente nos não-usuários repúdio ao produto. A indústria do tabaco sofre por não ter mais suas propagandas assolando a mente das crianças, durante anos assistimos a propagandas que nos davam uma vontade estranha...
Criar uma educação cultural na qual não se dá à primeira tragada é uma atitude consideravelmente importante. Uma outra atitude, por parte dos fumantes passivos, é a de saber lidar com as situações já que, o vício do tabagista é um ato que não afeta apenas ao fumante. Então, o bom convívio, tendo em vista este desconforto social é de fundamental importância, já que meio mundo não vai parar de fumar.
O ato de fumar deve ser repreendido?
Todo ato que atenta contra si mesmo normalmente é repreendido, já que usar substâncias tóxicas é, no mínimo arriscado, porém o ato é tão efêmero e impulsivo, que acaba virando hábito, vício.
Dias dedicados a uma conscientização geral dos fumantes, e uma esperança de que os não fumantes mantenham-se firmes no seu propósito ocorrem anualmente. Quarta-feira, 29, é o dia nacional de combate ao tabagismo, se caso for possível explique ao seu filho que fumar pode ser uma forma de se viciar e que este vício pode causar transtornos futuros. Peça aos seus amigos fumantes para que não deixem de pensar em parar algum dia com esta necessidade.
Não esquecendo, todo fumante tem sua individualidade assegurada, seu vício não é motivo para qualquer tipo de desajuste social; a prática da inalação de fumaça é livre e espontânea, compete apenas ao próprio fumante sua dependência. A conscientização é tão somente uma ferramenta de prática social, portanto, se você não é fumante e costuma repreender, tossir ou fazer qualquer manifestação de repúdio a um fumante poderá achar que neste dia isto é normal, mas na verdade é anormal, e os fumantes tentarão entender o escárnio dos outros.
No entanto, como se sabe, naturalmente que a nossa sociedade não vive em harmonia, o mais corriqueiro é a segregação dos locais públicos, empregos, grupos sociais, dentro de uma impassibilidade fumante /não fumante temos o crescimento do preconceito aos poucos “desregulados” que ainda fumam, não sendo possível dissolver este impasse, todos se mobilizam para acabar com a praga, que como sabemos não é praga, é apenas uma planta inocente.
Não sei até que ponto os vícios são problemas de saúde pública, ou problemas de conduta social, dados estatísticos dissolveriam esta questão, tem uns milhões morrendo por ai, mas a pergunta mais marcante desta pendenga toda é, queres fumar? È assim que a coisa toda começa.

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