sábado, 16 de setembro de 2023

Professora da UNIFAP com tornozeleira eletrônica

Verena Lúcia Corecha da Costa terá uma biografia e tanto para contar em seu livro de memórias. Ela ingressou no magistério público federal na Universidade Federal do Amapá em julho de 2021. O término do contrato só se deu em agosto de 2023. Legalmente, tudo certo, professores substitutos (sem concurso público) exercem cargos temporários de no máximo 2 anos.

O detalhe é que Corecha saiu da cadeia em 22 setembro de 2022. A 1º Vara Cível Criminal de Macapá converteu a prisão da advogada em regime domiciliar com monitoramento eletrônico. A professora da UNIFAP foi presa em 14 setembro de 2022 numa operação denominada Queda da Bastilha, da Polícia Federal. Ela foi parar no xilindró junto com um delegado da polícia civil, Sidney Leite, e os também advogados José Antônio Marton e Ana Karina Guerra. Todos acusados pelo Ministério Público Federal por envolvimento em facção criminosa atuante no Estado. Entre as acusações: tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, prevaricação, falsidade ideológica e lavagem de capitais.

No inquérito, a Polícia Federal evidenciou um esquema para evitar a instalação de tornozeleiras eletrônicas em detentos liberados para o regime domiciliar. A defesa da professora da UNIFAP argumentou que Corecha tem “um casal de filhos pequenos”. O juiz da Vara Criminal de Macapá permitiu a tornozeleira, “devendo a requerente permanecer em sua residência localizada no bairro do Trem", na mesma capital. De fato, Corecha residia em setembro de 2022, no Bairro do Trem em Macapá, mas a UNIFAP a contratou como professora no campus Binacional do Oiapoque, a mais de 570 quilômetros da Capital.

Nesta semana, Verena Lúcia Corecha da Costa foi aprovada como primeira colocada na fase inicial do concurso público para provimento de cargo para professor efetivo do magistério superior na UNIFAP. Como professora substituta, ela recebeu, entre julho e fevereiro de 2023, salários em torno de R$3600 para ministrar aula aos alunos do curso de Direito da UNIFAP. Se for alçada em concurso público para cargo de professora efetiva, com estabilidade funcional vitalícia, o salário passa para mais de R$5mil. A segunda fase do concurso acontece neste domingo.

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