Agora, como convencer um eleitor petista de que ele é responsável pela onda Bozo? Não é possível fazer isso, porque a militância petista que restou - mesmo pulverizada - não é dada aos argumentos do empirismo. Eles preferem a dialético do erro e acerto. Ou é o "rouba, mas faz", disfarçado de "eles sempre roubaram". Ou são os slogans preparados em cartilha: "fascista", "nazista". O segundo caso é ponto de confronto com o ideário Bolsonaro, afinal, é a mesma lógica de discurso "petralhas", "esquerdopatas"; o primeiro, nem isso. Jamais o eleitor de uma seita compreenderá que a outra é imune a esses rótulos. Como eu disse, falta empirismo e sobra dialética.A responsabilidade do atual estado das coisas está presa em Curitiba, mas sua metáfora não. A insistência no desmonte da democracia iniciou com o mensalão, o loteamento para o PMDB, passou pelo boi de piranha Dilma - lembra da ideia estapafúrdia de "constituinte exclusiva"? -, nos deu Temer e, agora, nos dará Bolsonaro. O eleitor petista não faz mea culpa sobre nada disso.
O PT, na sua troca de projeto de governo por projeto de poder, é diretamente responsável pela onda Bozo. A tática do "inimigo de estado" funciona, portanto. Conseguiram, afinal, destruir o que havia restado da democracia representativa; apenas, não vai ser da forma que eles gostariam. Nosso atraso que estava calculado em 20 anos, agora precisa de mais quatro para ser recalculado. Bolsonaro fará o pior dos governos? Sem gerência política, experiência e capacidade de entender o Brasil: é muito provável. O PT voltaria na pior das suas faces? Sem a menor dúvida, e pelos mesmos motivos.
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