A primeira coisa que a imprensa gaúcha fez ao informar sobre o apedrejamento da casa de uma família vizinha do estádio Beira Rio foi ressaltar que se trata de colorados. Foi um crime contra a vida de pessoas, praticado por marginais, não por torcedores colorados. Nada disso tem a ver sobre a cor da bandeira do time de quem ali mora. O melhor que um torcedor colorado pode fazer agora é não tentar encontrar justificativa para o que aqueles meliantes fizeram, devem ser os primeiros a reclamar uma a punição severa de todos os marginais, pelo bem da dignidade do próprio clube. Até agora, nenhuma palavra oficial da direção colorada. Alguns, inclusive, buscam justificativa. Citam o drone que sobrevoou o Beira Rio com uma faixa insinuando o eventual rebaixamento do Internacional para a Série B. Todos corresponsáveis, portanto.

Mesmo como o que eu disse - o melhor argumento possível em torno daquela idiotice do drone que circulou o estádio Beira Rio -, nenhuma justificativa cabível está à disposição de marginais. Em um país liberal, aquilo que aconteceu ontem com aquela família não teria acontecido por dois motivos: primeiro, porque o papel do Estado é preservar a qualquer custo a vida das pessoas. Jamais a segurança pública seria acionada e chegaria ao local 40 minutos após o ocorrido. A audácia dá força ao meliante. Em segundo lugar, muito provavelmente a invasão de uma casa, comprometendo um casal e uma criança de 10 meses, justificaria um abatimento dos agressores de forma truculenta e mortal, seja por vizinhos ou mesmo pelo pai de família envolvido, no episódio. No liberalismo, o agressor deve ser parado, sempre, custe o que custar.
Enquanto isso, a imprensa destaca: "não se trata de uma família gremista"; "não se trata do gremista flautista que fez um drone sobrevoar o estádio do coirmão".
Esse foi um texto sobre drones, violência e segurança, mas na ordem inversa.
Não tem nada certo na ordem dos fatos.
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