quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Cinco coisas para a Dilma fazer em Porto Alegre

Querida presidente Dilma - ou "presidenta", como preferem seus fãs mais inveterados,

estou escrevendo em solidariedade a traição que a senhora sofreu daquelezinho lá. Todo mundo sabia que casamento arranjado pelos outros dá nisso. Lula nunca foi um padrinho para se levar a sério. A senhora sabia disso. A senhora não fazia o menor esforço para disfarçar o desgosto. Sua cara azeda diante dos microfones e das câmeras denunciava tudo. Quase um pedido de socorro! E nem estou falando da inabilidade para ser chefe de estado e aqueles discursos feitos para o Youtube. Uma mulher com uma relação daquelas seria capaz de tudo para chamar atenção. A gente desculpa a senhora.

Bueno, fiquei feliz que a senhora está voltando para Porto Alegre. Nem deveria ter saído. Aqueles nossos planos de abrir uma padoca perto da UFRGS podem ser retomados. Pode ser mais difícil conseguir o tal financiamento no BNDS e tal, mas não custa tentar. Só não abro mão da foto do Stédile nos frios da mortadela. Em contra partida, a senhora pode estampar a Janaina Paschoal no forninho das coxinhas e fica tudo certo.

Legal a decisão da senhora de não esperar os 30 dias para sair de casa. Eles não devem ficar por aí pensando que a senhora precisa de favores. Já arrumei aquele colchão no quartinho dos fundos e até limpei os lençóis. Um dos gatos sempre vai fazer companhia de noite, mas de gatos a senhora entende bem. Não vai se importar. A Cidade Baixa vai ser pequena para tanta curtição, Dilminha! Tomei a liberdade de fazer uma lista para a senhora se sentir bem a vontade no paralelo 30. Vai lá:

Pedalar (de bicicleta) na ciclovia da José do Patrocínio: Sei muito bem que a senhora prefere ir lá nas bandas do Guaíba curtir
sua bike. Mas muito melhor é usar essa obra que o Fortunati fez e ninguém usa. Quem sabe, ele valoriza o agrado e sobra uma secretaria para a senhora...

Comer um Speed - Ahh, os tempos de fome acabaram. A senhora emagreceu imensamente com o stress desse trabalho inútil dos últimos anos. Vamos direto na esquina da República (a rua, nada de pensar que existe uma República por aqui) com a Lima comer um super X Speed. O segredo é passar lá no final do domingo. A chapa só é limpa nas segundas e o tchaaaan do lanche está justamente na gordura acumulada durante a semana.

Jogar uma bocha no Soeral - A redenção está meio down desde o último temporal. Caíram muitas árvores e colocaram um trenzinho para as crianças (só tem velho usando). Mas ainda tem os companheiros dos finais de tarde que jogando bocha. Cada rolada está valendo uma duas Polar. Tem muito vereador que não deu certo jogando lá. A senhora pode fazer uns contatos.

Tomar uma gelada no Pinguim - Andam dizendo que o Pinguim é fascista. Veja só! Só porque - dizem - deram uns petelecos nuns gays lá dentro. Com a presença da senhora, a gente reativa a moral do bar e, se trabalhar bem o merchan, ainda descolamos umas geladas na sola do gerente.

Queimar contêiner de lixo - Tudo bem, tudo bem. Eu sei que anda meio fora de moda e sei também que a senhora até reclamou disso em 2013. Mas vá lá. Tem seu charme. O lixo orgânico exala aquele cheiro podre do capitalismo selvagem. No mais, a senhora volta a estar entre os seus. Por mais que a militância baderneira DCE aqui não seja tão legal quanto é na USP, ainda dá para ganhar umas fotos. No mais, o Sartori está parcelando o salário da Brigada Militar também. E a Guarda Nacional anda por Porto Alegre. Eles tem intimidade com a senhora. Afinal, foi uma Guarda Petoriana montada de forma inconstitucional justamente para defender coisas inconstitucionais. Parece justamente o caso do seu mandato de Nossa Presidente Moral.

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