Uma coisa que não é dúvida aqui, e essa é uma separação diametral entre a imprensa da Ilha e do resto da Europa, é a certeza de tratar o Isis como aquilo que ele realmente representa: um grupo Islâmico e religioso. É assim porque ninguém jamais se incomodou de tratar o IRA como aquilo que ele também representa para a Irlanda: um grupo religioso católico. Ambos, são fascistas, radicais e com um profundo ódio à separação entre Estado e religião. A Al Jazeera é disparada a emissora de TV aberta no Reino Unido que mais dá voz ao chamado "Islã moderado". Fala-se muito em reformismo e a "primavera árabe" é citada a todo momento. O que eu garanto para vocês é o seguinte: não existe nenhum tipo de Islã suficientemente moderado para aceitar coisas elementares da civilização ocidental, incluindo igualdade de gênero, diversidade sexual, democracia e códigos penais que não apliquem a lei do Alcorão para punir os infiéis. Resumindo: se algum dia houver "Islã moderado", ele será uma coisa tão diferente do Islã que não precisará nem ter esse nome.
"Islamofóbico"
Se esse é o título dado a todos aqueles que se interessam por preservar as conquistas científicas, morais e políticas do ocidente, não me importo com o adjetivo. É evidente que ninguém deve ser agredido na rua simplesmente por ser muçulmano. Se isso acontece, não há notícias sendo publicadas sobre os fatos. Digo mais: infelizmente é muito comum imaginar que um problema é diferente do outro simplesmente em virtude das suas proporções. Para que um brasileiro médio entenda o que significa a luta contra o fim do Isis, é preciso imaginar uma ceita no quilate reacionário daquele professado pelo Silas Malafaia, acrescentar uma violência física que não existe ainda entre os neo-pentecostais brasileiros e elevar isso a um nível ultra-continental. Fosse o caso, eu seria cristofóbico ou o quer que seja.
Além disso, as manifestações públicas em defesa da intolerância são permanentes, ao menos aqui em Londres. Toda semana, há alguma marcha, muito bem guarnecida pela polícia metropolitana, de muçulmanos "exigindo seu espaço", o que inclui sempre invadir o espaço dos outros, mulheres impuras sendo colocadas em seu devido lugar e a volta para 1437, coisas simples, claro.
Enfim, o Isis é um resultado de uma religião chamada Islã, composta por pessoas chamadas de Muçulmanos, não uma deturpação da fé ou coisa que o valha. Pelo contrário, é a fé levada às últimas consequências. Vai ser combatido como pragmatismo, utilitarismo e muito ceticismo. Cantar Imagine do John Lennon e compartilhas poemas do Quintana no Feicibuqui não faz parte da agenda de guerra contra o guerra. Lamento informar.
Sem mais, meritíssimo.
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