terça-feira, 22 de julho de 2014

Pedabobia do Comprimido

Abre imagem em fade in
Tarzan se vê perdido no meio do mato e encontra uma caixa com livros do Paul Fraco, grande educador da selva. Aprende a ler tateando as páginas da Pedabobia do Comprimido. Sorri a cada conhecimento novo que absorve. 
(corta) 
Funde a imagem em fade mix
Tarzan guincha como o mais inteligente dos macacos, e se movimentando de cipó em cipó, a exemplo do mais normal deles.  
(fim da cena)

O determinismo fundacionista alemão não deve ser parâmetro nunca. Mesmo que eles consigam os maiores índices de produtividade, não é possível condenar uma criança, aos 10 anos,  a ser um engenheiro ou um pedreiro para o resto da vida. Entre a meritocracia sem explicação alemã e a nossa aleatoriedade completa que adestra macacos existe um muro frágil e estreito, batizado de educação de qualidade, e são poucos os países que conseguem andar sobre esse muro.

O Brasil, como sabemos, anda do lado da aleatoriedade. E boa parte da culpa reside em um setor pouco acusado dessa fanfarrice: a formação pedagógica neo-marxista. Se você conversar com qualquer professor de verdade, eles são praticamente unânimes no seu rancor velado aos licenciados em pedagogia, pessoas formadas para conhecer muito da edução teórica, mas despreparados para qualquer atividade envolvendo a sala de aula em si, e alunos reais, desde que só estão preocupados com música ruim, sexo fácil e redes sociais.

Se isso não fosse o bastante, os pedagogos - assim eles gostam de ser chamados, mas o título correto é "licenciado em pedagogia", mesmo, bem menos pomposo - conseguem tirar os professores de verdade do sério com seus grupos de formação continuada composto de sessões intermináveis de abraços, aplausos e balões de festa infantil coloridos. Todo tipo de evento que irrita qualquer adulto.

Também, são os pedabobos os responsáveis por tentar difundir a qualquer custo a culpabilidade dos outros professores: figuras que "não compreendem os reais anseios dos alunos e se fecham para a realidade do educando". Como feirantes entusiasmados, vendem conceitos simplesmente inventados como "preconceito linguístico", "exclusão educacional" e a "nefasta meritocracia". Trata-se de uma publicidade gigantesca para tudo aquilo que, mais tarde, vai dar empregabilidade para eles; e apenas isso: nenhuma melhora funcional.

Até pouco tempo atrás, esse grupo de professores estava restrito ao seu real local na escola. Aquele que, pessoalmente, considero o mais importante de todos: a alfabetização. No entanto, sua preparação foi sendo alterada para que eles ocupassem postos administrativos e de controle dentro do sistema educacional inteiro. Com isso, se tornarem professores acima dos professores, figuras especiais responsáveis por praticamente todo o processo de formação do aluno. Fui o primeiro a ficar muito feliz quando os vi na administração das escolas. No geral, professores de química, matemática ou mesmo alguma área de ciências humanas não são preparados para essa tarefa durante as suas graduações. Acabam absorvendo essas tarefas pelo convívio dentro das escolas. Não é o suficiente. E esse é um ponto positivo da proliferação da profissão de professores que não são professores de exatamente coisa nenhuma, mas são professores de todas as coisas, os pedagogos.

Não participo de grupos de formação pedagógica, porque acredito que eles deveriam servir para que a educação fosse discutida e não para adestramento e recreação. Me nego a não realizar provas e aliviar as costas de alunos desinteressados. Não me importo com os índices de evasão escolar, porque ninguém deve deixar de se preocupar com os alunos que ficam em sala de aula com o interesse de aprender, para voltar seus olhos para aqueles que abandonam o processo deliberadamente. A culpa da evasão escolar, diferente do que tentam vender os pedagogos não é dos outros professores, "esses insensíveis". Também não admito o título de "educador" para substituir o de "professor", como insistem alguns. Os educadores são pai, mãe ou a polícia. O professor será sempre um professor, nunca um palhaço, recreacionista ou comediante de stand up comedy.

Sem mais, meritíssimo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sei o que foi pior, encarar as cadeiras da pedabobagem ou aturar aquele bando de marxista do curso de história da Ufpel.