quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Não existe "notícia falsa"


Um jornalista asiático inventou um aplicativo muito útil para "desmentir notícias".

A principal confusão entre as pessoas que tentam vender a ideia de existem "notícias falsas" é simples, e desmascarada pela análise do grupo de falácias mais antigo da história da lógica.

"Notícia falsa" é apenas uma falácia conceitual das mais banais, na medida em que o indivíduo precisa alterar o conceito de "notícia", para que a ideia falaciosa possa fazer sentido.

Sendo "notícia" algo que reporta um evento no mundo para fins informativos, como aceita qualquer dicionário-mais-ou-menos, a "notícia falsa" não atinge o conceito original de "notícia". Ela é apenas um engendramento conceitual para se referir a algo que não acontece, mas é inventado justamente para ludibriar, gerar um boato ou fazer graça.

Da mesma forma que o famoso "barrigaço", gíria usada nas redações para se referir à reprodução de uma "notícia falsa". O barrigaço não pode ser uma "notícias", porque é uma gafe jornalística que confunde "um evento a ser reportado no mundo" com um engendramento de conceitos inventado, mas sem referência empírica. Para se referir a um barrigaço, basta isso: dizer que se trata de um erro jornalístico.

Isso transforma o aplicativo que "desmente notícias" em algo inútil? Claro que não. Justamente, o esforço do cara é tentar separar as notícias das mentiras. O detalhe, e esse é o erro, é que o tal aplicativo não serve para checar os dados detalhados de uma notícia, apenas para separar aquilo que é notícia do que não é.

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