sábado, 17 de maio de 2014

A "sociedade de consumo", e sua ontologia própria objetiva

Tem poucas coisas que me divertem mais do que o seriado Chaves. Uma delas é a esquerda-mucho-loca. Adoro o jeito que a esquerda-mucho-loca critica as coisas das quais não abre mão nem por um segundo. Eles fazem isso com aquele sorrisinho puxado para um lado e a sobrancelha hasteada para o outro. Trata-se de um ar de superioridade com relação aos proletários explorados pelo capitalismo. Eles sempre têm esse brilho no rosto. Tão original quanto o bronzeamento artificial da Cristina Ranzolin.

Uma das maiores características da cretinice intelectual generalizada é esse desejo honesto de salvar o mundo. Todo fascista tenta salvar o mundo. É esse senso de responsabilidade para com os outros, indefesos, e miseráveis sobreviventes num game de guerra do Play 4 que nunca acaba.

Uma das coisas que mais me diverte é ouvir o que eles têm a dizer sobre a terrível "sociedade de consumo". No raciocínio inflado desses menores, "sociedade" é uma entidade com uma epistemologia ontologicamente independente. Seres humanos não participam da tal "sociedade do consumo", apenas os burgueses nojentos que alimentam essa grande máquina nefasta. E, como sabemos, burgueses não são pessoas. São escravos do capital. E escravo nunca foi pessoa, sabemos bem.

A falta de raciocínio  moral é tanta que a esquerda-mucho-loca não consegue nem agredir a sociedade de consumo parando de fazer o óbvio: consumir. Para falar mal da sociedade de consumo com propriedade nada melhor do que um iPhone 5 e a certeza de poder aproveitar a cama king size até a hora da mamãe chamar para o almoço. No fundo, essa gente é tão rasa quanto um pires de chá, e o maior problema do consumo é o desesperador fato de que um dia vai secar o leite da terneira e, para consumir, os miseráveis precisarão ter que acordar cedo, fazer a barba e ir trabalhar.

Realmente, a sociedade consumista é um demônio a ser combatido.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quer dizer que você prefere o desejo desonesto de não salvar o mundo, isto é, de prejudicar o mundo, mesmo que isso signifique mais violência, mais poluição, maior degradação ambiental e outras coisas do gênero?

Lucas Silva

Everton Maciel disse...

Reli ali pra ver se eu dei alguma dica prática de como prejudicar o mundo. Mas não achei.