Na aula de psicologia cognitiva contemporânea de hoje, vamos
tentar entender melhor o funcionamento do cérebro de um usuário médio das redes
sociais. Vale ressaltar que trataremos aqui apenas do contexto comportamental
do internauta brasileiro, e não temos preocupação com lugares mais civilizados
ou menos civilizados, mesmo que possamos admitir o fato: lugares menos
civilizados não devem sequer ter internet.
Primeiro estágio de operacionalidade do cérebro de um usuário médio das redes sociais: “Nossa, quanta informação!”
Depois de superada as dificuldades iniciais, como ligar um
computador. O usuário médio das redes sociais tem uma séria tendência a voltar
a ter a idade mental de 7 anos. A curiosidade e a perplexidade diante
do novo mundo são referências constantes. Tudo é interessante demais e desperta
muito a curiosidade. Inclusive as sandices mais óbvias se transformam em grandes
questões existenciais.
Segundo estágio do usuário médio das redes sociais: “Como todo o resto do mundo é mal informado”.
Até o segundo estágio, o usuário médio das redes sociais tem salvação. A tendência diante das novas descobertas é que o imbecil mediano se sobressaia aos outros imbecis medianos, aqueles que ainda não descobriram a importância de se manterem bem informados com as redes sociais. Mesmo sendo um completo estúpido com sérios problemas na formação fundamental, o usuário médio das redes sociais, agora, é bem aparelhado. Ele tem a sua disposição coisas que idiotas médios de outra ordem não têm. Ou seja, em terra de caolho quem não tem miopia e catarata no mesmo olho é rei. Sua visão está deixando de ser estreia e limitada para ser limitada em um nível abrangente, incorporando vários assuntos: política, religião, economia etc. Ainda é possível uma recuperação, caso o usuário médio das redes sociais decida procurar uma instituição de ensino séria e receba alguns golpes de educação formal que ele não pode sustentar, através de avaliações sistemáticas. Como é raro que isso aconteça (tanto o interesse de estudar, quanto encontrar instituições sérias de ensino), então vocês sabem.
Logicamente, para ter o título definitivo de idiota médio é preciso se sentir como o inventor da roda. O cara precisa ser o primeiro a compartilhar tudo. Então, ele vai precisar estar atento às maiores novidades a respeito de todas as teorias da conspiração de esquerda e direita. Em meio a tanta baboseira nova, o infeliz vai acabar pagando mico e compartilhando coisas que todo mundo já conhece, como a ideia estúpida de que os seres humanos não chegaram na lua nada. É tudo truque do cinema hollywoodiano.
Quarto estágio do usuário médio das redes sociais: "É hora de produzir conteúdo".
O idiota vai começar a tentar escrever. Parcamente alfabetizado, ele passará um pouco mais de vergonha com suas publicações sem sentido. Mas o que é um peido para quem está todo cagado, né? Para alimentar a roda da qual participa, o infeliz vai tentar chamar atenção dos outros de seu grupo com textos e fotos chocantes, especialmente. Coisas que só fazem sentido para quem tem o cérebro esburacado e consegue visualizar contexto em coisas sem começo, meio e fim.
Último estágio do usuário médio das redes sociais: "politicamente engajado".
Vai chegar um momento em que o idiota médio vai se sentir responsável pelo futuro da humanidade. Daí, além de compartilhar abaixo-assinados sem nenhum efeito prático, o pobre diabo vai começar a se infiltrar em movimentos sociais aleatórios, onde poderá se encontrar fisicamente com outros idiotas médios e participar de uma alucinação psicológica que eles chamam de "democracia participativa". Prato cheio para uma banca de psiquiatras.
3 comentários:
Seu texto seria esclarecedor, interessante, se não fosse carregado de extrema agressividade menos que mediana! A própria psicologia que você citou pode servir para você refletir toda esta sua agressividade gratuita e um ego aumentado!
a minha única vantagem é ter meu nome ali. Isso se chama hombridade.
De resto, eu sou exatamente assim mesmo.
Excelente texto. As redes sociais resultam na baixa produtividade intelectual e laboral do brasileiro médio, e conduz sempre a níveis mais baixos de desenvolvimento humano.
Postar um comentário