terça-feira, 14 de maio de 2013

A supervalorização da família é nossa herança maldita.

A supervalorização da família é nossa herança maldita. Não conseguimos superar as coisas mais ridículas pregadas pela igreja durante a baixa idade média. Sobre a santificação da maternidade já falei. Mais violenta que a ideia maternal é a valorização desproporcional da presença familiar na vida das pessoas. Realmente, a figura da família protetora ou desestruturada é a imagem do determinismo psicológico que define quem nós somos e quem nós seremos.

Conseguimos, sim, avanços significativos. Pessoas de tom politicamente correto, alteraram seu conceito do que é uma família. Incluíram, arbitrariamente mas com razão, casais do mesmo sexo. Admitiram que não existe problema em crianças criadas por homossexuais e estão convencidos de que a família nuclear (papai, mamãe e filhinhos) pode ser substituída por outros regimes parentais de proteção. No entanto, mantem-se a ideia central: a família é importante na formação do indivíduo. Essa bobagem é reproduzida pelos pedabobos de plantão. Os seguidores da religião capitaneada por Paulo Freire incluíram, descuidadamente, no seu repertório de idiotices, como num acidente histórico qualquer, a importância da família na educação das pessoas. Especialmente, pensam eles, falam da importância da família na formação das pessoas em miniatura, conhecidas em tempos menos desonrosos como crianças.

A importância da família na formação dos indivíduos é algo que remonta ao período feudal. A família era a administradora da propriedade que, em muitos casos, incluía outras famílias. Restou disso tudo a calhordagem: imaginamos que as condições dispostas na infância têm alguma relevância na formação do caráter individual. Não educamos as crianças para se desenvolverem como indivíduos, mas como membros importantes da alcateia. Mais tarde eles devem fazer o mesmo com suas pessoas em miniatura; e assim sucessivamente porque, pensam, o coletivo é muito mais importante para o desenvolvimento constante da empresa. O resultado disso está aí. Sequelados de toda ordem.

Grupo nenhum, sociedade alguma, nem o universo inteiro é mais importante que um indivíduo.

Do feudalismo familiar, enxotamos as ideias de honra e manutenção da palavra dada e mantivemos aquilo que havia de ruim. Simplesmente não conseguimos compreender a importância de um retorno aos elementos do mundo antigo. Houvesse espaço para uma nova renascença descobriríamos que o indivíduo é único demais para ser influenciado pelo senso de manada coletivo de uma família.

6 comentários:

Coruja disse...

Você foi criado num orfanato?

Everton Maciel disse...

Se seu raciocínio envolve o fato de que crianças criadas em orfanatos são piores que as demais, minha suspeita já está confirmada.

Coruja disse...

Não, não envolve, e o fato de você ter lido isso em minha resposta só ratifica a ideia que faço de você, ou ao menos do personagem que você adota aqui. Meu raciocínio é bem menos maniqueísta que sua interpretação infantil: laços afetivos familares são extremamente importantes, são prazerosos, formam uma rede de segurança inigualável. A única maneira de você desmerecer algo tão fundamental é não ter tido acesso a esses laços e estar falando com desconhecimento de causa e/ou ressentimento.

Everton Maciel disse...

Se eu precisasse responder algo sobre minha vida pessoal aqui, daria um depoimento evangélico. Para isso, não preciso de um blog, mas de um púlpito em um tabernáculo qualquer. Pouco importa como eu nasci e como eu cheguei aqui. Se a família é fundamental na educação das pessoas e, segundo sua perspectiva, pessoas sem família sofrem por falta de laços afetivos, o problema está no que você defende. No mais: tente não reproduzir muito.

Anônimo disse...

Esses zumbis da cracolândia em geral não tiveram família, ou se tiveram algum vínculo familiar, não foi descente. Criminosos em geral não tiveram família para orientá-los no caminho do bem. O errado é muito atraente, por isso é necessário uma família bem estruturada para tentar formar cidadãos conscientes, e almejarmos no futuro um lugar melhor para vivermos. Palmas!

Anônimo disse...

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