Quando eu tive Orkut, era preciso ser convidado para participar da rede de relacionamentos. Convites eram leiloados no mercado livre. Achei interessante, mas vi que aquela muvuca estava crescendo demais e logo só serviria para encher meu saco e arrumar briga com a mulher. Crescer, para assuntos interneticos, é o mesmo que ficar lotado de menores mentais, trolladores e idiotas de toda ordem. Abandonei. Meu Orkutcídio aconteceu dois meses depois da abertura da conta. Durei bem, até. O Orkut, no geral, durou bem. Depois de ser vendido para a Google, virou uma várzea geral. Hoje, quem sabe, minha mãe ainda tenha uma conta. Mas duvido que tenha restado alguma alma sóbria naquele entulho. O Orkut se transformou no grande aterro sanitário da sociedade contemporânea. Um lixo de ideias espúrias e envio de spam.
Muito tempo depois surgiu o Twitter. Mantive uma conta por um anos. No começo era legal. Abandonei depois que surgiram seguidores suficientes para minha saúde mental ficar debilitada. Muita gente torrando o saco diante dos teus olhos faz a coisa complicar. Encerrei a conta do Twitter e acabei com o meu vício. Só sai ganhando. Depois, o Twitter só tem perdido espaço para o Facebook.
Entrei no Facebook há uns seis meses e já estou de saco cheio. Estou encerrando minha conta. Compreendi como o mecanismo funciona e, quando precisar usar profissionalmente, posso voltar. No mais, continua estranha a ideia de ter que suportar tudo que os outros têm a dizer. Quem disse que todos têm algo a dizer?
Sinceramente, tenho pena das pessoas que veem nessas mídias sociais o "futuro" da internet. Elas duram tanto quando o interesse dos internautas: algo tão instável, relativo e irritante que não merece ser levado em consideração por ninguém com alguma coisa na cabeça.
De duas ferramentas não pretendo me desfazer tão cedo. A primeira é esse blog, meu atestado da falta de compromisso com a internet. Depois, não abro mão da ferramente mais interessante já inventada pela Google. O Google Reader. Impressiona-me o fato das pessoas não saberem usar a ferramenta e não darem para ela a verdadeira importância. É uma grande perda de tempo tentar seguir sites de notícias através do Facebook, pior ainda com a baderna do Twitter. Infelizmente, como qualquer coisa bacana, os leitores de Feeds fazem pouco sucesso.
É realmente uma tristeza não conseguir passar dez minutos ouvindo rádio ou assistindo televisão sem que o material produzido tenha alguma vinculação com as chamadas mídias sociais. Jornalistas e produtores se tornaram reféns do modelo e não conseguem administrar aquilo que fomentam. Pior: não notam como são efêmeras as plataformas digitais e submetem todo seu conteúdo a elas. No fim, você acaba observando que as redes de relacionamento crescem apenas na medida em que a "velha imprensa" dá publicidade para a coisa.
Sinceramente, "fazer parte" de algo é muito mais que essa merda toda.
Sinceramente, "fazer parte" de algo é muito mais que essa merda toda.
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