quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Redes insociáveis

Todos temos manchas negras no nosso passado. Eu, na adolescência, dancei Backstreet Boys e tive Orkut. Sim, faz muito tempo. Levando em conta que as festinhas daquela época não interessam para ninguém, vou falar da minha antipática relação com as mídias sociais.

Quando eu tive Orkut, era preciso ser convidado para participar da rede de relacionamentos. Convites eram leiloados no mercado livre. Achei interessante, mas vi que aquela muvuca estava crescendo demais e logo só serviria para encher meu saco e arrumar briga com a mulher. Crescer, para assuntos interneticos, é o mesmo que ficar lotado de menores mentais, trolladores e idiotas de toda ordem. Abandonei. Meu Orkutcídio aconteceu dois meses depois da abertura da conta. Durei bem, até. O Orkut, no geral, durou bem. Depois de ser vendido para a Google, virou uma várzea geral. Hoje, quem sabe, minha mãe ainda tenha uma conta. Mas duvido que tenha restado alguma alma sóbria naquele entulho. O Orkut se transformou no grande aterro sanitário da sociedade contemporânea. Um lixo de ideias espúrias e envio de spam.

Muito tempo depois surgiu o Twitter. Mantive uma conta por um anos. No começo era legal. Abandonei depois que surgiram seguidores suficientes para minha saúde mental ficar debilitada. Muita gente torrando o saco diante dos teus olhos faz a coisa complicar. Encerrei a conta do Twitter e acabei com o meu vício. Só sai ganhando. Depois, o Twitter só tem perdido espaço para o Facebook.

Entrei no Facebook há uns seis meses e já estou de saco cheio. Estou encerrando minha conta. Compreendi como o mecanismo funciona e, quando precisar usar profissionalmente, posso voltar. No mais, continua estranha a ideia de ter que suportar tudo que os outros têm a dizer. Quem disse que todos têm algo a dizer?

Sinceramente, tenho pena das pessoas que veem nessas mídias sociais o "futuro" da internet. Elas duram tanto quando o interesse dos internautas: algo tão instável, relativo e irritante que não merece ser levado em consideração por ninguém com alguma coisa na cabeça.

De duas ferramentas não pretendo me desfazer tão cedo. A primeira é esse blog, meu atestado da falta de compromisso com a internet. Depois, não abro mão da ferramente mais interessante já inventada pela Google. O Google Reader. Impressiona-me o fato das pessoas não saberem usar a ferramenta e não darem para ela a verdadeira importância. É uma grande perda de tempo tentar seguir sites de notícias através do Facebook, pior ainda com a baderna do Twitter. Infelizmente, como qualquer coisa bacana, os leitores de Feeds fazem pouco sucesso.

É realmente uma tristeza não conseguir passar dez minutos ouvindo rádio ou assistindo televisão sem que o material produzido tenha alguma vinculação com as chamadas mídias sociais. Jornalistas e produtores se tornaram reféns do modelo e não conseguem administrar aquilo que fomentam. Pior: não notam como são efêmeras as plataformas digitais e submetem todo seu conteúdo a elas. No fim, você acaba observando que as redes de relacionamento crescem apenas na medida em que a "velha imprensa" dá publicidade para a coisa.

Sinceramente, "fazer parte" de algo é muito mais que essa merda toda.

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