quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O Ódio

O Ódio (La Haine, 1995) foi o filme escolhido pelo Dr. Luiz Eduardo Rubira para encerrar o "Ciclo de Cinema: a filosofia e o cinema político". Participei do evento, mas não dos debates. Não gosto de debater. Minha opinião é uma rua de mão única. Mas não interessa.

O importante é que o evento foi muito bacana. Os filmes foram muito bons, muitos que eu não havia visto. O Ódio foi um deles. A obra de Mathieu Kassovitz retrata a tensão permanente entre imigrantes e franceses. A gente sai da sala de exibição pensando, "putz, a coisa pode convulsionar a qualquer momento! Se eu estiver por perto é bom que esteja armado para me defender." Pois é. Kassovitz soube explorar esse lado. Gravou em preto e branco, explorou bem as tomadas do subúrbio francês e consegui condensar o filme em um período de tempo muito curto. Coisas bem interessantes. O filme reinstala uma coisa que só se sente vivendo no subúrbio mesmo: medo da polícia. Os borrados dos apartamentos não sabem o que é isso. Mas funciona assim: mandam calar a boca, ir para parede e abrir as mãos. Depois te cheiram como se você fosse uma amostra do Boticário bem fedida e, se você não gostar, a mão vem no ouvido pelas costas. No outro dia, você vai lembrar de usar desodorante.

Se não bastasse as qualidades do filme por ele mesmo, Vicente Cassel, para mim, é um dos atores mais dinâmicos em atividade. Já fez desde filmes de Hollywood, "12 Homens e Outro Segredo", até filmes em português, À Deriva. Todos bons.

Bom. Esse ano tem mais ciclo de cinema. O professor Rubira disse que o roteiro já está pronto. Vamos aguardar a divulgação.


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