Para isso fazer sentido, tem duas postatens anteriores.
Quando falo de um preparo intelectual mínimo estou garantindo a livre possibilidade de alternativas diferenciadas para esse aperfeiçoamento. Ou seja, os conceitos de “preparo” ou mesmo “especialização” não têm aqui um caráter regulatório. A especificidade, reclamada por alguns setores protecionistas, não é sinônimo de especialização. Muito pelo contrário, é seu antagonismo. Diferente do que pretendem os sindicalistas profissionais – e esses precisam, por sua vez, serem separados dos profissionais do setor –, o caráter regulatório é o principal empecilho para veículos de comunicação heterogêneos. Isso acaba limitando a função social dos veículos na sua essência.
Qualquer medida regulatória é inconstitucional e, mais que isso, atinge diretamente a espontaneidade de crescimento intelectual de cada profissional. Essa qualidade individual deveria ser condição necessária para se habilitar a uma vaga no setor. A sensibilidade para buscar esse tipo de gente deve ser da administração dos veículos. Colegas de todas as áreas, principalmente da radiodifusão, não devem estar preocupados em buscar melhorar seu preparo profissional por medo de perderem seus empregos. No sentido contrário, também não devem pensar que uma informação adquirida a toque-de-caixa pode substituir uma intenção honesta e natural de buscar conhecimento permanentemente para poder entrar no mercado de trabalho das emissoras. Informações específicas são bem vindas em profissões técnicas e devem passar longe de trabalhos intelectuais.
Não vejo alternativa para as rádios do interior fora do âmbito administrativo. O concessionário precisa se dedicar a esse problema e envolver todos os setores. O processo passa inclusive pela distinção clara entre o que é comercial e jornalismo. Esses departamentos são fundidos, na maioria das pequenas emissoras. Os locutores vendem, produzem e apresentam seus programas sem nenhum compromisso com aquilo que é levado ao ar. A competição e o desgaste desse processo são inenarráveis. Só quem passou pelo setor para ter dimensão da quantidade de problemas e atritos diretos entre colegas.
Falta de profissionais, falta de preparo, falta de aparato logístico de apoio. Não estou aqui para solucionar isso. Todas as minhas observações são projetadas na tentativa de chamar a atenção para um problema constatado por qualquer ouvinte no dial.
domingo, 15 de novembro de 2009
Minha preocupação com as rádios (final)
Postado na editoria do Capeta:
Imprensa e Veículos de Comunicação
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