sexta-feira, 6 de março de 2009

Furo e polêmica deste final de semana

Essa matéria foi publicada na contracapa do Jornal Noroeste desta sexta-feira. Até agora, já deu um forrobodó danado nos bastidores da prefeitura. A reunião entre representantes do Executivo Municipal e Cidade Interativa, que cito no texto, era "fechada". Segundo a secretária de Comunicação Social da prefeitura, Lisandra Stefen, as imagens publicadas no jornal "foram apresentadas na reunião, mas não poderiam ter vazado".

Azar. Furo é furo. A única coisa que a prefeitura perdeu é a pompa tradicional de fazer um lançamento reunindo toda a imprensa e com um coquetel. Faz o seguinte: organiza o coquetel e avisa! Já tá ótimo.

Detalhe: o mérito pela publicação das imagens daquilo que poderá ser o Centro Cultural de Santa Rosa é do meu editor-chefe, Jairo Madril. Eu cuidei só do texto. Nem sabia das imagens até o fechamento do jornal, na noite desta quinta. Então, quem pensa que o Jairo serve só para jogar bocha e fumar está enganado!

Detalhe II: aqui, no Capeta, publico apenas uma das imagens. A outra deu pau! Tentei abrir no pen drive, mas os assessores digitais do Bill Gates me informam que o "arquivo está corrompido". Tudo bem. Semana que vem, coloco a outra imagem aqui.


Tá aí minha matéria:


Centro Cultural com formas definidas

Everton Maciel, do Jornal Noroeste, desta sexta-feira

Foram-se os 60 dias, prazo reclamado pelo prefeito Orlando Desconsi (PT) para "colocar a casa em ordem". Agora, elementos práticos começam a serem cobrados. Apesar de toda polêmica envolvendo alguns assuntos, existem projetos que são aclamados em coro por toda comunidade.
Uma dessas pautas se fez presente na última edição do Projeto Cultural Resistência, realizado no sábado (28). O secretário de Cultura e Turismo, Ângelo Zeni, se manifestou, pela primeira vez publicamente, sobre um dos temas mais espinhosos dos últimos anos: o destino da chamada "prefeitura velha".

Diante de um público de 76 pessoas, Zeni garantiu agilidade no projeto que pretende transformar aquilo que restou da prefeitura em um Centro Cultural. "Essa é uma das nossas prioridades. Queremos deixar uma marca administrativa e não vejo nada melhor. Estamos trabalhando na captação de recursos, tanto em Brasília quanto em outras esferas. Precisamos contar com a ajuda de toda sociedade, independente da cor partidária", disse ele, respondendo às perguntas da platéia.

Para recordar onde a história parou: depois de desgastantes lutas nos tribunais, houve um acordo judicial entre a Cidade Interativa, Ministério Público e Poder Público Municipal estabelecendo que a fachada do prédio fosse mantida. Nessa mesma decisão, um projeto seria encaminhado para que a área pudesse abrigar um Centro Cultural multiuso, com espaços reservados a várias atividades. Dança, teatro e cinema seriam, apenas, algumas das vantagens oferecidas abertamente à comunidade.

Após o acordo, o ex-prefeito Alcides Vicini recebeu da Câmara de Vereadores R$ 2,1 milhões destinados à obra daquilo que entende ser um Centro Cultural. Desse total, R$ 700 mil já foram utilizados na obra de estabilização da parte frontal do prédio e demolição da parte dos fundos. Segundo o contador da Câmara, Joel Faccin, todo o recurso já foi repassado à conta da Prefeitura.
O atual governo está tratando do assunto. Houve um avanço: há duas semanas foi feita uma reunião com representantes do Planejamento, Cultura, Câmara e Cidade Interativa para apresentação reservada do projeto.

A área tem 2.600 m² e está localizada na parte mais nobre do centro de Santa Rosa. Apesar de afastada qualquer hipótese de desabamento, a parte frontal continua protegida por tapumes. Na prática, pouca coisa mudou desde que o local foi considerado sem segurança para abrigar a administração pública, em 1998, há 11 anos.

O pátio só não serve mais como depósito para latas de alumínio, garrafas de vidro, caixas de papelão, papéis e sacolas plásticas à espera de reciclagem, porque o lendário Vilson Fucks morreu, dentro do prédio, vigiando o patrimônio público.

Mas vale um alerta. É visível o rompimento de parte dos tapumes frontais, que permite o acesso de pessoas ao interior do prédio. O Governo Orlando tem em caixa os R$ 1,4 milhão restante? Pelo que se sabe, não existe todo esse dinheiro, mesmo que a renúncia da Câmara tivesse tal direcionamento. Se isso for comprovado, nosso Centro Cultural reserva mais uma polêmica.

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