Paris, Pinheiros. Acesse o blog da moça
Não sei vocês, mas eu me espanto toda vez que uma mulher começa a falar de futebol. É como se ela falasse de caçar elefantes: que mulher caça elefantes? Que mulher vê futebol?
Quanto o assunto é futebol ou olimpíada, faço cara de grande elenco.
Mas acho que gostaria de ver alguém caçando elefantes. Eu poria um belo vestido, com sombrinha florida, e me sentaria num lugar alto - uma cadeira de salva-vidas, digamos. E veria meu bravo Livingstone correndo em torno de um elefante, atirando nele com uma espingarda e gritando “Hooray! Cowabunga! Tchã-nã-nã!” a cada tiro que acertasse. Eu aplaudiria, entusiasmada, esses esforços bem sucedidos; choraria uma lagrimazinha protocolar pelo elefante, e daria uma camisa nova ao negrinho com a nécessaire cheia de cartuchos. À noite, premiaria meu Livingstone. Hooray, cowabunga e tchã-nã-nã até de manhã.
Gostaria também de ver uma tourada. O raciocínio é o mesmíssimo; apenas, hooray, cowabunga e tchã-nã-nã a cada bandeirilha espetada. Sem dó de touro ou de elefante, admirando ardentemente meu caçador, meu matador.
* * *
Quem resolveu me ler tem que saber: tiro férias todos os meses.
Eu vim ao mundo em férias, na verdade. Férias pobres, mas férias. Vim ao mundo jogar travesseiros para cima e gritar:
- Hooray! Cowabunga! Tchã-nã-nã!
Para isso, mister se faz ter dois maridos.
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