terça-feira, 12 de agosto de 2008

Como anúncio que nunca acaba

Tio Sid Pestano

Que ridículo:
colocado entre megas e bytes
como a areia na qual o mar não pode tocar.
Época medíocre.
Tanto quanto eu que aqui estou
Tentando parecer diferente...

Todos fazem o mesmo:
Tornando-se então comicamente iguais.
como árvore sem raiz desvela uma casca morta
que, seca,
busca vida nas mais medíocres sensações e apelações de minha época
são galhos que fingem ter flor
são emoções mortas
à deriva, sem sonhos, vejo minha carne morrer
a espera de que seja um engano...

Apenas uma mostra já é o necessário

Desesperado, o cego corre
e o infeliz que vê
se mata

Tudo o que sente sentirá sozinho
Tudo o que sente sentirá com relação a si próprio

Leve esse fardo
Leve como sua consciência

Tênue como o ar
daquele que o sufoca
dê um poema que nunca acabará
anuncie sua derrota...
Assim como anuncio a minha...
sendo um poema que nunca acaba

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