Jonas Diogo Silva
O superávit do agronegócio brasileiro bateu um novo recorde. Em 2007, a balança comercial do setor fechou com o total US$ 49,7 bilhões negociados com o exterior, uma alta de 16,4%, em relação ao ano passado, um resultado de US$ 42,7 bilhões. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, durante a apresentação das projeções do setor até 2018.
Apesar de não superar os US$ 50 bilhões previstos, o saldo do agronegócio foi de US$ 9,7 bilhões, maior que o saldo geral da balança comercial brasileira em 2007, de US$ 40 bilhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As exportações dos produtos ligados ao setor agropecuário aumentaram 18,21% no mesmo período, de um total de US$ 49,4 bilhões comercializados em 2006 para um resultado de US$ 58,4 bilhões em 2007. As importações do agronegócio também aumentaram: 29,85%, passando de US$ 6,7 bilhões para US$ 8,7 bilhões.
A maior parte das exportações agrícolas brasileiras tem como destino os Estados Unidos. Com 11% do mercado, seguido pelos Países Baixos, que compram 9,17%, e a China, com uma participação de 8,67%, os americanos ainda são os que mais compram produtos agrícolas do Brasil, mas a tendência é que essa participação diminua gradativamente. Os dados do ministério da Agricultura, atualizados em outubro, apontam que, na comparação entre o resultado verificado no período de janeiro a outubro de 2007 e o mesmo período de 2006, as exportações para os Estados Unidos tiveram uma queda de 8,38%. Por outro lado, as exportações para os Países Baixos e a China cresceram 34,80% e 23,12%, respectivamente.
O líder nas exportações é o chamado “complexo soja”, que representa 20,8% das exportações do setor agrícola, seguido pelas carnes, com 18,8%. O Rio Grande do Sul é o segundo estado no ranking dos exportadores do agronegócio brasileiro, responsável por 15,21% das exportações até outubro de 2007, atrás de São Paulo, com 25,10% das exportações. As exportações gaúchas cresceram 27,64% em 2007 na comparação com 2006.
Na outra ponta do mercado, a Argentina lidera a lista de países que mais vendem produtos do agronegócio para o país. Os vizinhos são a origem de 33,95% das importações brasileiras, bem à frente do segundo colocado, os Estados Unidos, origem de 8,30% das importações do setor. O Brasil importa geralmente cereais, com destaque para o trigo, que representa 17,3% das importações, seguido de produtos florestais, como borracha e celulose, por exemplo. Cerca de 39% das importações têm como destino o estado de São Paulo, seguido por Paraná e Santa Catarina. O Rio Grande do Sul é o quarto nesse ranking, com 7,68% das compras.
O agronegócio brasileiro é considerado desenvolvido pelos países europeus e pelos Estados Unidos. O tipo de solo e relevo e o uso crescente de tecnologia fazem com que o Brasil seja o centro das atenções no que se refere à produção agrícola. O aumento do saldo positivo da balança comercial, mesmo que as importações tenham crescido mais do que as exportações, expõem o bom momento vivido pelo setor no país. A alta na balança comercial foi puxada pela exportação de soja, que cresceu 22,70% na comparação com 2006, e pela comercialização de carnes, que apresentou um crescimento de 31,1%, se considerado o volume em dólares, segundo os dados do ministério.
Um comentário:
Parabéns pelo blog, abraços!
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