quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Escrever certo, ou ser compreendido?


Para o lançamento do blog do capeta, nenhum assunto mais pertinente do que falarmos da linguagem usada pelos internautas. O que alguns chamariam de “miguxes”, uma linguagem carregada de símbolos e abreviações. Muitos chamam isso de uma aberração do português, uma verdadeira afronta a uma língua tão rica e bem elaborada. Consideram um grande obstáculo, para o desenvolvimento da intelectualidade dos adolescentes. Mas será que ela é tão ruim assim? Se pararmos um pouco para pensar na principal função da linguagem ela seria tão inadequada assim?

Demorei algum tempo, para perceber que o elo fundamental da comunicação e expressão, é a compreensão que conseguimos dar quando nos expressamos. Logo, escrever de forma diferente e ser compreendido, não é tão errado assim. Outro fator a considerar é que a linguagem é viva, e sempre é moldável pela história e pelos seus usuários. Palavras nascem todo dia, se modificam pelo sotaque, significância e usuabilidade.

Estudiosos dessa área, mencionam muito uma tal de “condição ideal de fala”, o que eles consideram a parte fundamental da linguagem. Embora, para eles seja impossível chegar a tal condição, pois, para tal, todas as pessoas envolvidas em determinado diálogo, deveriam ter exatamente a mesma compreensão e significado, de cada expressão utilizada. Entretanto, isso não significa que devemos deixar de buscar essa condição, quanto mais próximo dela, mais próximos estamos da compreensão plena.

Então amigos, tudo é válido para se chegar a “condição ideal de fala”, o “miguxes”, mesmo ferindo profundamente o português, é plenamente aceitável como uma manifestação nata de linguagem. Todavia, devemos sempre ter presente que para muitas pessoas ele é desconhecido, e por isso, devemos com elas recorrer ao bom e velho português. Abraço a todos.


Júnior Grings

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito interressante esse assunto, ja tinha isto uma matéria em uma revista Galileu (eu acho). E na minha opinião o importante é ser compreendido pois como diz no texto nem todos conhecem a lingua portuguesa "de cabo a rabo".