quinta-feira, 6 de junho de 2019

Na esteira dos idiotas úteis

O bolsonarista de segundo turno (que nem o título de bolsonarista merece, pobre coitado!) foi o primeiro a desembarcar. Como ele é considerado pelo governo um eleitor de ocasião, pode ser visto como 'idiota útil'. Numericamente, será deles que o mandatário do cargo de presidente da república vai precisar para continuar. A tentativa [travestida de estratégia] do governo é de criminalizar a política feita no Congresso, mas com o material empírico criminoso vem da milícia montada na própria famiglia de nada serve. Outro elemento que prejudica a cartilha montada de ataque ao legislativo é o sobrevoo do olhar que naturalizou a "renovação", com o PSL passando de UM para 52 deputados. Criminalizar a velha política fazendo parte dela não é agora só um número abstrato de quase 30 anos mamando nas tetas dos cofres públicos, é a institucionalização da incompetência como vitrine eleitoral. Nada disso dá votos, mesmo que a campanha ainda não tenha terminado.

Em meio a isso, o pouco que se faz com o poder da caneta é insólito: decretos que não vingam, liberações que nada liberam (cadeirinha de bebês, pela alma da burrice! Quando diabos um chefe de deveria estar preocupado com isso?!) Bolsonaro reina para o último círculo de abobados, mas não governa para ninguém. E, na falta de governo, sobra espaço para o norma da velha política. A compra de uma frota de carros passando dos R$ 7 milhões para transportar milicianos e idiotas úteis da família real faz mais contra Bolsonaro em uma única canetada do que faz o maior número de decretos esdrúxulos e das tentativas de governar legislando desde Collor. O governo ainda tem o apoio da mídia tradicional e ordeira, que gosta de ver novelas globais e faz campanha pela reforma de Guedes. Com o fracasso das reformas, especialmente a previdenciária, sobre a qual o próprio presidente mostra nada entender, nada sobrará para a queda. A reforma na mão do Congresso é a certeza de que privilégios não vão ser combatidos e, nem pra disfarçar que gostaria de ver privilégios combatidos, esse governo serve. O resultado será sangue, suor e as lágrimas dos idiotas úteis. Afinal, nenhuma agenda do governo é daquelas que dá votos e 57milhões de idiotas úteis não é quase nada para 2022. A ignorância é um método eleitoral eficiente para se chegar ao poder em um país de ignorantes, mas não para se manter lá.

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