Como a maior parte das coisas na história do pensamento humano, o proselitismo encontra uma diferença de graus e não de eespécie Por certo, existe proselitismo de qualidade. Hobbes e Rousseau, patriarcas do contratualismo, foram proselitistas, tentaram vender ideias morais disfarçadas de conteúdo político abstrato. Não é para eles que empregamos o termo proselitismo no sentido mais usual. O prosélitos que tratamos como problema é um ato catequético. É o esforço sistemático de distribuir conteúdo moral sem relações causais imediatas em absolutamente qualquer evento, político ou não.

Quando major Olímpio, um político sem freio moral ou integridade intelectual, sugere que os professores deveriam estar armados nas escolas, em um país onde o preço de uma arma é duas ou três vezes maior do que o salário de um professor; quando a esquerda sugere que devemos banir o registro de armas do país, para evitar crimes cometidos por armas buscadas no contrabando e na ilegalidade, enterramos nosso debate em torno de qualquer assunto, desrespeitamos a dor dos familiares envolvidos e mostramos que não temos condições de administrar nosso próprio futuro. Estamos na escala argumentativa política mais baixa, a do proselitismo.
Para nosso debate político ser pobre, ele precisa ganhar na loteria da falta de nexo causal.
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