sexta-feira, 13 de maio de 2016

Se cochilar, o cachimbo cai

Dei uma rápida passada por uma tal rede social - não recomendo! - e vi vários jovens jornalistas tendo a oportunidade de criticar um governo federal pela primeira vez na vida. Bem-vindos à profissão! Ela era bem interessante até a década de 90, quando vocês ainda estavam todos mijados dentro das suas fraldas.

Independente dos argumentos falaciosos que tentam mostrar um país dividido, os 54 milhões de votos - também depositados no salafrário Michel Temer, aliás - passam muito longe de representar a maioria do contingente eleitoral brasileiro. O cenário é esse em virtude de atores políticos oportunistas, Marina Silva e outros fracassados em geral, como os advindos do PSol e partidos de aluguel, criados para captar o fundo partidário e enriquecer seus donos, pequenos senhores feudais modernos.

A queda de Dilma, um impeachment político e, portanto, com um julgamento político é a informação mais evidente de que o presidencialismo de coalizão e  troca de votos por cargos deve ter um fim, mesmo que seja violento e traumático. Dilma tentou elevar esse modelo político a enésima potência, mas isso não é possível sem a habilidade política dos dois presidentes que a sucederam somadas. E quanto a habilidade política de Dilma, bem...

Nesse momento, uma reforma política precisa estar em mais alta monta, deixando as tentativas de reformas eleitorais completamente de lado. O ex-presidente, atual investigado e futuro réu da lava-jato, Luis Inácio Lula da Silva foi o último com habilidade política para promover uma reforma política real. Ele preferiu o caminho do populismo, fez uma escolha pessoal e elegeu um poste para o suceder. Se o populismo também se esgotou, isso só poderá ser atestado por uma eventual derrota de Lula nas urnas em 2018. Contudo, a sua vitória é praticamente inevitável por dois motivos: i) ele é dono do PT e leva no bolso seus militantes mongoloides; ii) sem uma reforma política, será o único candidato com o conhecimento real da estrutura de marketing necessária para se ganhar uma eleição presidencial. No atual modelo é assim, eleições não são vencidas com propostas e projetos, mas marqueteiros.

Não será possível mudar esse cenário sem uma reforma política e o presidente de coalizão continuará sempre sujeito a um parlamentarismo de ocasião. Podem bradar "GOLPE!!" com toda força. Os pulmões intoxicados de Derby dos militantes lulistas não é tão forte quanto o sistema político. Sobre os militantes, aliás, o comportamento do grupo descontente é evidente. Eles se dividirão entre a mão de obra barata que incendeia pneus, tranca estradas e os pseudointelectuais de orelha de livro, produzindo muita subliteratura e falando muita bobagem em universidades e redes sociais. O comportamento dos militantes que realmente interessa envolve os 4 milhões que foi às ruas para pedir a queda de Dilma. Se esses esmaecerem e mostrarem qualquer sinal de contentamento com o governo do presidente interino, Dilma voltará em menos de 180 dias, mais: podemos sepultar definitivamente qualquer tentativa de transformar o Brasil em uma República.

Michel Temer é muito mais um líder de quadrilha do que um chefe-de-estado.

O segundo grupo de militantes é capaz de voltar às ruas para pedir uma reforma política, com manifestações espontâneas, desvinculadas da publicidade promovida pelos obscuros do Movimento Brasil Livre e Fiesp? Só a história dirá.

Sou um pessimista e todo sinal de otimismo deve ser encarado como uma profunda falta de caráter no Brasil.

Nenhum comentário: