Independente dos argumentos falaciosos que tentam mostrar um país dividido, os 54 milhões de votos - também depositados no salafrário Michel Temer, aliás - passam muito longe de representar a maioria do contingente eleitoral brasileiro. O cenário é esse em virtude de atores políticos oportunistas, Marina Silva e outros fracassados em geral, como os advindos do PSol e partidos de aluguel, criados para captar o fundo partidário e enriquecer seus donos, pequenos senhores feudais modernos.
A queda de Dilma, um impeachment político e, portanto, com um julgamento político é a informação mais evidente de que o presidencialismo de coalizão e troca de votos por cargos deve ter um fim, mesmo que seja violento e traumático. Dilma tentou elevar esse modelo político a enésima potência, mas isso não é possível sem a habilidade política dos dois presidentes que a sucederam somadas. E quanto a habilidade política de Dilma, bem...

Não será possível mudar esse cenário sem uma reforma política e o presidente de coalizão continuará sempre sujeito a um parlamentarismo de ocasião. Podem bradar "GOLPE!!" com toda força. Os pulmões intoxicados de Derby dos militantes lulistas não é tão forte quanto o sistema político. Sobre os militantes, aliás, o comportamento do grupo descontente é evidente. Eles se dividirão entre a mão de obra barata que incendeia pneus, tranca estradas e os pseudointelectuais de orelha de livro, produzindo muita subliteratura e falando muita bobagem em universidades e redes sociais. O comportamento dos militantes que realmente interessa envolve os 4 milhões que foi às ruas para pedir a queda de Dilma. Se esses esmaecerem e mostrarem qualquer sinal de contentamento com o governo do presidente interino, Dilma voltará em menos de 180 dias, mais: podemos sepultar definitivamente qualquer tentativa de transformar o Brasil em uma República.
Michel Temer é muito mais um líder de quadrilha do que um chefe-de-estado.
O segundo grupo de militantes é capaz de voltar às ruas para pedir uma reforma política, com manifestações espontâneas, desvinculadas da publicidade promovida pelos obscuros do Movimento Brasil Livre e Fiesp? Só a história dirá.
Sou um pessimista e todo sinal de otimismo deve ser encarado como uma profunda falta de caráter no Brasil.
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