quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Diário de Londres - Short-term Sun

Não gosto de escrever quando tem assuntos demais, porque acabo sem assunto nenhum. Não vou comentar nada sobre os atuais problemas políticos Brasileiro, afinal ele não têm nada de atuais. Estão se arrastando desde o golpe de proclamação da república.

Aqui na Inglaterra a vida segue seu curso de um jeito cada vez mais cafeinado. A polícia vinha tratando um ataque a faca na estação de metro Leytonstone como terrorismo, as inundações no oeste da ilha ficam te lembram que Londres parece ser maior que o Reino Unido, porque aqui tudo é mais seguro e organizado. E também o abobado do Donald Trump falando coisas absurdas sobre não permitir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos. Só para vocês terem uma ideia de como andam as relações internacionais nesse mundo doidão: hoje a House of Commons estava batendo boca se coloca ou não o Trump numa lista de personas non gratas do Reino Unido, como "retalhação".

Uma das maiores dificuldades que tenho enfrentado aqui é o escasso período de sol. No inverno, o astro mostra as fuças lá pelas sete horas da manhã e se despede às 16h.

Minha adaptação não tem isso tem sido difícil porque sou um cara que gosta muito de trabalhar durante as manhãs, tomo banho, bebo um café e caminho até a universidade. Fico lá das 8h45 até por volta das 13h30 ou 14h, quando a fome volta e me me expulsa das atividades. Fico superfeliz quando tem algum evento, geralmente, marcado para as 12h30. Sim. Como a universidade britânica é praticamente inteiramente diurna, os britânicos adoram marcar coisas de trabalho para a hora do almoço. Às vezes, as pessoas chegam para grupos de estudos, abrem uma marmita e começam a comer ali na frente dos outros. No começo eu achava estranho, mas agora já estou acostumado.

Diferente de mim, eles não gostam de comer muito de meio dia, não. Ficam no sanduichinho ou na batata assada com queiro e feijão, comidas que fazem sucesso na cantina da universidade e é bom pácaramba essa batata. Também tem uns caras hare-krishna-gente-fina que servem comida de graça para os estudantes no pátio da universidade. Sério. É bonzão. Mas a fila geralmente é gigante e, quando já esta menor, a comida esfriou. Geralmente é arroz, batata e pão. Tempero bom demais. Acho o máximo esse negócio de tentar provar que o lema "there is not free lunch" está errado. Mesmo não estando errado.

O grande problema é que quando resolvo tirar a minha siesta depois do almoço, não sobra mais dia algum para se ver lá fora. Os parques e praças são fechados por motivos de segurança e tem uma noite longa pela frente. Aproveito para ir no mercado. Passear pelas estações centenárias de trem e escrever alguns postais. Depois, meto um wiskey na cabeça e vou dormir molinho. O outro dia começa cedo e termina cedo também. Às 17horas é darkzão. Isso faz com que as noites sejam longas e vá bebida nos pubs para não ficar louco ou, pelo menos, substituir a loucura pela embriaguez, ideia que tem feito cada vez mais sentido na minha cabeça.

Nenhum comentário: