Dias atrás, dei azar e, zapeando pela TV, vi um grande paspalho apresentando um programa de quinta categoria. Um desses programas que mistura o que eles pensam ser jornalismo com o que eles pensam ser entretenimento. O miserável estava no ar na TV aberta, claro. Trata-se de uma emissora religiosa e governista, igual a qualquer canal da TV aberta. O salafrário se despediu do seu público ignorante e parcamente alfabetizado com sua voz anasalada e o lendário desejo "boa noite; e boa sorte". Me mexi na cadeira. Não dormi direito aquela noite.
Conclusão: cada país tem o Edward Morrow que merece.
Conclusão II: a TV aberta é um tipo de casarão abandonado, aos pedaços. Na sua porta, dormem alguns Faustões que passaram a noite anterior fumando crack e, agora, estão com a mão dentro das calças, dormindo com o sol na cara. No interior, há uma mistura de Willian Bonner com Gugu que administra a distribuição de drogas e conversa com uma meretriz mal maquiada bem intencionada, muito parecida com a apresentadora de um programa matinal dedicado às mulheres brasileiras.
Murrow que se revire na cova.
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