quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Thompson seria blogueiro

A internet segue sendo um grande aterro sanitário do pensamento contemporâneo. Um clube do ódio gigante. Dias atrás, eu estava lendo umas crônicas do Hunter Stockton Thompson. Ele morreu em 2005. Deu sorte. Se estivesse vivo, acabaria sendo blogueiro. 

Os textos de Thompson ficariam muito bem acompanhados dos comentários dos internautas médios de hoje em dia, verdadeiros macacos amestrados para usar teclados e iPads.


“A imprensa é uma gangue de covardes impiedosos. Jornalismo não é profissão, não é nem mesmo um ofício. É uma saída barata para vagabundos e desajustados – uma porta falsa que leva à parte dos fundos da vida, um buraquinho imundo e cheio de mijo, fechado com tábuas pelo inspetor de segurança, mas fundo o bastante para comportar um bêbado deitado que fica olhando para a calçada se masturbando como um chimpanzé numa jaula de zoológico”, Reino do Medo.

Comentários:
"Frescura de adolescente metido a comedor".

"Uga buga uga".

"Retardado mental! Só tem generalização nesse lixo de texto".

"Ou é fraco da cabeça ou é punheteiro".

"Mais um texto estúpido. Realmente, como disseram ali abaixo, é frescura pura e viadagem. Nada ver".

"Mais um jornalista que acha que pode falar (escrever) de qualquer coisa".
O texto acima é um recorte do Thompson. Os comentários eu retirei de textos meus.

Realmente, é o fim da profissão de escritor como nos a conhecemos. Resta, nos dias de hoje, a auto-me-ajuda e as autobiografias. Também deve continuar fazendo sucesso os romances filmáveis, esses escritos como roteiro de filme ruim e adaptados para virarem livros.


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