sábado, 11 de janeiro de 2014

Mais estudo e menos protecinismo. Por favor, não tem dado certo

Já devo ter falado direta e indiretamente desse assunto aqui nesse mesmo espaço umas 8.634 vezes. Como me considero um militante da vida livre, mas compromissada, não corro o risco de me revisar como ridículo.

Um diploma universitário, no Brasil, é tão útil para a formação profissional, física e moral de alguém quanto a novela das oito. Simplesmente, não consigo entender de onde se recolhe esse valor todo, para se depositar em um mísero canudo.

Estou com isso recomendando às pessoas que deixem de estudar? Acho que só o nicho da elite intelectual deve se preocupar com isso? Acusar minha famigerada alma disso é ignorar que fiz graduação, mestrado e pretendo fazer doutorado sem nunca ter tido um tostão furado no bolso para pagar uma faculdade. O que estou dizendo é outra coisa: ninguém sensato vive ou sobrevive de títulos. A impressão geral acerta quando nota que analfabetismo funcional parece ser um critério para o ingresso no ensino superior de baixa qualidade.

Nunca tantos brasileiros chegaram às salas de aula das universidades, fizeram pós-graduação ou MBAs. Mas, ao mesmo tempo, não só as empresas reclamam da oferta e qualidade da mão-de-obra no país como os índices de produtividade do trabalhador custam a aumentar.
BBC, 9 de outubro, 2013

E aí, como faz?

Na contramão dessa obviedade, está a burrice, o fascismo e o protecionismo. Se não entendemos de formação acadêmica, essas outras coisas a gente faz muito bem por aqui. Valorizamos como nenhum outro lugar a ideia, pouco lúcida, de que títulos são coisas conferidas à pessoas muito especiais. É assim desde sempre. No tempo em que só era possível fazer faculdade de medicina, direito e engenharia, todo mundo no Brasil com diploma era dotô.

E já que estamos falando indiretamente de protecionismo e ignorância acadêmica. Mais um link para se fazer pensar:

No Congresso, centenas de propostas com esse objetivo estão em tramitação e incluem os mais variados segmentos. Aguardam regulamentação profissões como as de DJ, lutador de vale-tudo, compositor, paisagista, acupunturista, detetive particular, profissionais do sexo, artistas de circo, jornalista, empregado doméstico, cantador do Nordeste, vaqueiro e garçons.
EBC, 9 de agosto, 2013

Imaginar que, um dia, vamos acordar em um lugar com menos leis, restrições e ignorância? Quem sabe um dia eu tenha dinheiro para pagar um hotel em Londres. Por ora, sigo trabalhando e convivendo com leis estúpidas. Ainda tento fazer meu bolo benfeito e, ao mesmo tempo, estudar. Porque, se você gosta de estudar, não precisa de um diploma para pregar na parede. Muito menos um deputado semialfabetizado tentando "proteger teus interesses".

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