terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Atestado de honestidade moral. Não é preciso protocolar em cartório


Utilidade pública
O fato de o cara ser macho não o transforma em homofóbico, machista ou defensor da tradição, família, propriedade.
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A morte do macho foi decretada por falência múltipla dos testículos no primeiro dia dos pais onde surgiu a dúvida "uma furadeira nova ou um iPhone?". A partir disso, a ideia de um homem solucionador de problemas foi se alterando, em velocidade espantosa, para a imagem de um borrifador de plantas: muito útil para a mulher dar uma umidificada na samambaia, mas que não funciona na hora de lavar a louça. Essa é noção genérica do "homem maravilha, aquele que compartilha os anseios femininos". Senhores! A única coisa capaz de "compartilhar os anseios femininos" é um borrifador de plantas! Com toda certeza, o homem que compartilha os anseios da própria mulher deve beber Martini de Maçã! Deve beber escondido, mas deve beber.

Restaram poucas espécies originais. Estou me referindo, claro, aos homens que ainda tem a voz mais grossa que os braços e alguma envergadura moral para mandar o açougueiro cortar uma costela, sem fazer milhares de perguntas ou reclamar: "não tem com menos gordura?"

Para arrumar briga em boteco e empurrar manco de escada (juro: o infeliz mereceu!), o cara precisa saber onde pisa e não se intimidar de lavar as próprias cuecas debaixo do chuveiro gelado.

Mesmo assim, não custa avisar: nada disso é atestado de anti-liberalismo ou reacionarismo ético. Pelo contrário. Não tenho dúvidas de que os caras que inventaram o os direitos humanos, o individualismo moral e todas essas coisas tão valiosas eram machos de revólver na cintura e em condições de derrubar com um único balaço.

Estou escrevendo esse alerta sem nenhuma pretensão mais imediatista. Apenas busco evitar confusões recorrentes. Exclamações do tipo "mas até tu, gaúcho e missioneiro, defendendo esses viados!" já são tão comuns que nem alteram minha existência significativamente. No máximo, posso usar como exemplo para justificar o manco que foi empurrado da escada, mas e daí? Ninguém se importa, mesmo.

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