terça-feira, 30 de julho de 2013

O dilema da cerveja (ou: pobre sofre na hora de se embebedar)

Minha vida social seria muito mais fácil, se eu gostasse de cerveja. Parece um desgosto de fresco ou exibido, mas eu, simplesmente, detesto cerveja pilsen. Realmente, eu como de tudo. Jamais recusei algum tipo de comida. Devoro abobrinha, chuchu e batata doce. Com mamão, eu me lambuzo! Mas, tratando-se de bebidas alcoólicas, cujo único objetivo de consumo é  embebedar, eu preciso recusar cerveja pilsen. As marcas lager me são mais toleráveis e não causam problemas estomacais no dia seguinte ao trago.

Minha vida social seria muito mais fácil, se cerveja pilsen não me desse diarreia. Eu não precisaria ficar sóbrio em casamentos bregas, onde os uísques são totalmente ignorados pelos organizadores. Eu não precisaria aguentar as malas derretendo seus cérebros nos barres e me chamando de fresco, afinal, "só bebe uisquezinho". Não precisaria viajar até freeshop para ter vinho bom e barato. Seria muito mais divertido se divertir bebendo.

Outra desvantagem de beber cerveja: não consumir açúcar e se embebedar com facilidade. Uma das grandes vantagens do bebedor de cerveja é essa. Quando você consome cerveja, pode beber em excesso porque consegue consumir uma grande quantidade de álcool de forma mais lenta e diluída em açúcar. A cerveja ela pode ter um péssimo gosto, mas você consegue suportar. Aí não tem erro: o indivíduo bebe, bebe, bebe ad infinitum.

Já as bebidas destiladas e o vinho tem a tendência de "puxar para trás". Ou seja, chega uma hora que você simplesmente vai desligar, vai ficando down. É exatamente o contrário da cerveja. Os playboys-afrescalhados estragam enchem o uísque de energético, e o fundamento da bobagem é essa.

No final das contas, pobre sofre mais, sim. Mas pobre com bom gosto, não deveria ter motivos sólidos para viver, nem ser incentivado a isso. Sinceramente.

Sem mais, meritíssimo.

6 comentários:

Anônimo disse...

Sim everton, eu compreendo seu dilema. Nesse pais dos impostos até cachaça da boa é cara. O governo é tão esperto que fatura com o vício das pessoas e a sociedade acha que é para o seu próprio bem. Algumas mães de família acham que o alto valor das bebidas é para desincentivar o uso. Santa ilusão. É meramente para arrecadar. E tem outra, o limite de gradação alcoólica no pais é 53°, o que faz com que todo absinto nacional não passe de um licor de anis com corante verde. Dica cervejeira: Heisenbahn Strong Red Ale, é fácil de encontrar.

Juca Fortes

Everton Maciel disse...

tks pela dia, jucão.

dieguito disse...

A questão toda é o malte. Uma lager feita apenas com cevada vai bem, o problema é essa legislação porca do brasil que permite até 50% de cereais não maltados, ou algo assim.. dai tascam arroz, milho ou outros cereais. Isso é uma falta de respeito ao verdadeiro sabor da cerveja. É difícil eu concordar com alguma das tuas chatices, mas dessa vez sim! hehe

Everton Maciel disse...

então, bicho. não sei se tem a ver meus problemas estomacais com a falta de malte de verdade na cerveja. Mas, se com a maltada não dá nada, até pode ter alguma coisa disso, sim.

Com a adição de álcool na gasolina é a mesma coisa.

Plauto disse...

Compreendo. E concordo. Comecei a melhorar desses problemas quando passei a ser mais seletivo para cerveja. E também fui taxado de "fresco", por isso. Na verdade, prefiro comprar menos cerveja, de qualidade superior, do que comprar caixas de litrão de porcaria barata. Minha sugestão é tomar o Keg (barrilzinho)de Heineken. Ótimo sabor (para apreciadores de cerveja de verdade) e bom custo benefício. Mas se for comparada ao preço da cerveja brasileira (o keg é holandês), fica quase o triplo do valor do litrão. Detalhe que um Keg de 5 litros embebeda duas pessoas e deixa três bem faceiras. Uma alternativa que tenho adotado é a lata de Heineken que, mesmo não tendo a mesma qualidade da holandesa, chega bem próximo, pois é uma cerveja produzida com supervisão da empresa europeia, e não da maldita AMBEV. Outra situação interessante, é que a cerveja, no Brasil, é costumeiramente consumida "estupidamente gelada". E é de forma estúpida mesmo, pois isso foi uma estratégia, já que as papilas gustativas funcionam menos em temperaturas abaixo de zero, disfarçando, assim, o sabor do péssimo produto brasileiro. Por isso muitas pessoas estranham quando tomam uma cerveja de verdade, achando forte. Estão acostumadas a tomar um "mijo" gelado e sem gosto. Enfim...

Everton Maciel disse...

é, plauto. mas, admitamos, parte do nosso desgosto pela cerveja é o costume de desmaiar com litros de conhaque destilado. São os hábitos da infância os mais difíceis de se superar.