sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Acabou

Dois anos, 111 páginas e, exatamente, 200 notas de rodapé depois: ACABOU!! 

Senhoras e senhores, com exclusividade (e conferindo a isso uma importância que simplesmente não existe), lhes apresento o último parágrafo da minha dissertação de mestrado:


Mill não foi um teórico sistemático. Sua compreensão do utilitarismo carrega mais do que alguns pressupostos conceituais: existe uma teoria da justiça subentendida na sua obra, algo difícil de ser completamente mapeado em virtude da falta de sistematicidade com a qual o utilitarista inglês trabalhava. Antes de ser um filósofo, ele foi um intelectual preocupado com o seu tempo, um período de transição valioso para o modo de interpretar a vida que chegou até nós. Devemos a essa característica o fato de seu trabalho ser constantemente revisitado. Através dele, compreendemos melhor o período em que vivemos, uma vez que a tradição liberal descrita pelo escritor é tão presente nos dias de hoje. Por esses e outros motivos o autor de On Liberty e Utilitarianism destoa de muitos autores clássicos. Diferente da grande maioria, ele não se comportou como a coruja de minerva que observou o curso da história respeitando a devida frieza e distância que os filósofos supostamente devem preservar. John Stuart Mill teorizou o mundo de seu interior, no mesmo ritmo em que vivia. Toda a fonte das críticas e elogios que ele recebeu ao longo dos últimos dois séculos está depositada nessa característica.
Nos agradecimentos prometo acrescentar o nome do Antonio Bandeiras que me ensinou a forçar um drama em situações inimagináveis.

Se eu não for aprovado, prometo solenemente que, vou manter essa postagem daqui. E dedicarei cada dia do restante da minha vida a me envergonhar de todo esse pastelão vitoriano ruim.

Obrigado pela tolerância.

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