sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Vou Comprar Crack

Vou comprar umas pedras de crack. Isso. Umas pedras da base livre da cocaína, o crack. Nunca fui assaltado na vida. Não sei exatamente o que me deu tanta sorte, até hoje. Acho que minha cara de marginal afasta outros delinquentes. Deve ser isso. Mas sei que time invicto está, a cada partida, mais próximo da derrota. Logo, serei assaltado e quero estar preparado para o tombo. Não sei onde. Sei que vou comprar umas pedras de crack.

O cálculo de assaltos médios é muito simples. Um relógio: uma pedra de crack. Um notebook, outra pedra. Uma bolsa de couro, mais uma pedra. Não importa o peso do produto roubado. Não importa o país de origem ou o valor no mercado. Tudo se resume a uma pedra de crack. O cálculo é: celular + televisão = duas pedras de crack. Não existe diferença entre celular e smartphone. Não existe nada que separa uma televisão de tubo de uma de LED.

Quando o cretino chegar perto de mim, vou tirar uma pedra de crack do bolso. Isso diminuirá meus problemas e muitos transtornos sociais como os favores que o serviço de segurança pública é obrigado a prestar a população. Não precisarei ir na delegacia! Acabarei facilitando o sistema público e encurtando o processo.

No caso do cretino querer levar minhas pedras de crack e mais qualquer coisa que eu tenha a disposição para somar outras pedras de crack, aí vai ter briga de facão e foice. Ou aula de sociologia. No Brasil, dá no mesmo.

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Esse é mais um texto desprovido de fundamento metodológico que só é levado a sério por pessoas com sérios problemas na terceira série do ensino fundamental. 

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