Essa fala do meu ídolo Mario Vargas Llosa tem 22 anos. Qualquer semelhança entre a ditadura mexicana - que ainda persiste - e o Brasil do últimos 10 anos não é mera coincidência. Intelectuais de gabinete, revolucionários com mesada paga pelo papai, artistas esteticamente medíocres e cretinos de gravata. A receita é velha. O resultado é beneficiar levemente os mais pobres enriquecendo extraordinariamente os mais ricos. Falam em diminuir as desigualdades.
Um comentário:
Bem interessante a sua referência a Vargas Llosa. Os diferentes tempos e espaços por vezes desembocam nas mesmas situações. As verdadeiras ditaduras estão presentes na inserção política, econômica e cultural de conglomerados, famílias abastadas e partidos políticos que fingem tomar parte de uma dita democracia. No entanto, o verdadeiro motor dessa falsa democracia parece ser a falta de consciência política que abrange a sociedade. Isso se vê das mais diversas formas, desde a falta de interesse que o povo tem de exercer seu direito à iniciativa popular até o entendimento parco de questões relevantes para a política brasileira, como uma CPI ou um julgamento por crime de responsabilidade pelo Supremo. E não estou falando de uma classe pobre (que, na verdade, vem assumindo cada vez mais o espaço social da classe média, mas ainda não o espaço intelectual), estou falando da própria classe média, que é quem sustenta o suposto "pensar político" deste país.
Fato é que o poder emana do povo, mas de um povo muitas vezes ignorante e displicente com a escolha de seus representantes.
Postar um comentário