terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos namorados e das mal-comidas do RU

Ano passado, eu expliquei aqui porque o dia dos namorados é hipócrita no mundo todo e mais hipócrita no Brasil. Não querendo implicar com o tema, mas já implicando, vou contar uma história bizarra do Restaurante Universitário onde eu almoço todos os dias minha pequena porção de 900gramas de arroz, feijão, batatas e massa.

Eis que hoje, dia do São Valentim retardado, três meninas estavam reclamando na minha mesa do RU a "falta de homem de qualidade no mercado". Por certo, deve estar faltando otário para pagar a comanda do João Gilberto, casa noturna aqui de Pelotas. Deve estar faltando também quem dê carona em troca de uns pegas. E, suponho, esteja faltando quem - além disso tudo - mande flores, diga que ama, e mude o status no Facebook.

Devia simplificar minha vida, olhar para as meninas e branir um sonoro: FODA-SE.

Mas, como sou de uma casa cheia de bons cristãos, olhei nos olhos do meu colega da frente e mudei o assunto que estávamos desenvolvendo para as seguintes palavras:

(Auto-paráfrase) - "Veja, você. Hoje é dia dos namorados e eu nem lembrava. É dia das mulheres que contam cascata de bem resolvidas o ano todo reclamarem a falta de macho de qualidade na praça. Quer saber? Prostituta é profissão de gente séria. Puta mesmo, a maioria das vezes, dá pra um só. O primeiro que encontra com um Audi".

Excetuando-se meu colega que estava tendo ataques de riso e cuspindo comida para todo lado, um silêncio sepulcral tomou conta da dita mesa. E eu, impávido colosso, com os olhos fixos na cara dele, sem sequer mexer um lábio. As pobres meninas, pararam de mastigar. Uma acompanhou meu colega com um sorriso leve na cara. Outras duas se olhavam e pensavam no pobre Jack afundando enquanto a otária da Rose lamentava por antecipação a morte do peru sem fazer porra nenhuma para ajudar.

Resultado: segundos mortais se passaram entre o esfaqueamento do bezerro e o fechamento dos olhos. Até que uma das meninas começou a falar algo a respeito do Facebook e de uma história de "se alugar para o dia dos namorados".

Não entendi porra nenhuma do final da história. Mas ela não entendeu nada do começo.

Mesmo sabendo que a vivente possivelmente não saiba ler, afinal deve ter entrado na universidade por um processo de escolha por sorteio, vou encerrar meu recado para ela aqui:

Minha filha, vai dar! Isso: dê. Esfole dando. É bom. Você cresceu aprendendo que é vulgar, é errado e outras bobagens, mas não é! Sua mãe, suas tias e avós, todas elas, mentiram para você. Deixa de ser otária e vai aproveitar enquanto corre risco de algum otário te querer.


3 comentários:

Sarah Melo disse...

QUE FALTA DE SENSIBILIDADE... OU NÃO, APENAS PURA RECIPROCIDADE, JÁ QUE A GAROTA OFENDEU A TUA CATEGORIA...TALVEZ O FATO DE EU TER LIDO SHAKESPEARE RECENTEMENTE ME FEZ FICAR PERPLEXA COM AS TUAS PALAVRAS.

Everton Maciel disse...

Talvez te deixar perplexa seja apenas um dos meus objetivos.

Andrea disse...

Nem raiva,nem perplexidade,fiquei com dó de vc,a ponto de perder meu tempo pra expressar meu sentimento,,gente q se acha,Freud explica