Presidenta, sim

Meu Houaiss não é tão novo quanto eu gostaria. Mesmo assim, já há o feminino de presidente, ou seja, presidenta. Lá diz o seguinte: "mulher que se elege para a presidência de um país; mulher que exerce cargo de presidente de uma instituição; mulher que preside (algo)". Só para descarregar a consciência procurei se existem adjetivos femininos para identificar uma mulher cabo, sargento ou major de instituições militares. Não há. É bom, é ruim? Não interessa. Ninguém explica o funcionamento da língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

A sociolinguística é uma matéria que tem sido usada por professores xiitas para assassinar a gramática. São leitores de Paulo Freire, pessoas para as quais não existem regras e o importante é "ser compreendido". Para esse tipo de gente, a gramática é um "instrumento histórico de colonização e dominação". Doidos.

Cada lunático com sua religião. No entanto, o jornalista que sonegar o feminino de presidente está batendo de frente com a ortografia estabelecida. Não entendi direito o acordo machista que alguns periódicos fizeram. Um editor de um grande jornal me disse que "presidenta Dilma" é "feio" para se escrever na capa de um jornal. Ele está errado.

Ponto. Nova linha.

Por que os dicionaristas não estabeleceram feminino de patentes militares? Simplesmente, porque "majora, sargenta ou caba" seriam adjetivos esteticamente horrendos? Não. Isso acontece, porque os editores de dicionários não inventam nada. Apenas, observam a evolução da língua e o uso que os falantes nativos fazem dela. Só.

Não custa lembrar: é por questões de uso que estudante, militante, artista, solista e outras palavras com terminação ‘te’ e ‘ta’ não têm feminino. Presidente já tem. Se fosse por questões puramente estéticas, alguém pode me sugerir um adjetivo mais feio que musicista ou cidadã? É até difícil até de falar três vezes bem rapidinho. Mesmo assim, pianista também é um adjetivo que não concorda com o gênero, nem por isso a gente acha estranho chamar uma mulher ou um homem de pianista.

Mesmo que não possa haver um homem presidenta, no fim da conta, eu sou um homem feminista.

Não sou professor de português, mas dou pitaco, porque sou macho e não machorra. Sim, machorra, também, é uma palavra que já está dicionarizada.