sábado, 29 de janeiro de 2011

Meus [quase dez] mandamentos

Revirando aqui minhas coisas esquecidas nas gavetas - que podem facilmente ser classificadas como lixo, encontrei uma agenda antiga. Coisa do longínquo tempo onde eu exercia a ingrata e edificante função de pauteiro de rádio e jornal. Dez anos depois, no meio das anotações sem o menor sentido, achei algumas orientações jornalísticas escritas, na época, para dar norte ao meu próprio trabalho. Algumas eu inventei, outras devo ter copiado por aí. A maioria pode gerar polêmica, mas todas sempre me foram muito úteis. De qualquer forma, compartilho-as:

1. Ninguém tem o direito de não se sentir ofendido.
2. Tudo que é de interesse público deve ser publicado, não importando quem afete.
3. Se uma pauta não é de interesse público, e sua publicação interessa a alguém, não é uma pauta: é uma demanda; encaminhe para o departamento comercial.
4. O inventor do conhecido ditado "notícia boa também vende jornal" não era jornalista. Era alguém interessado na publicação de uma pauta sem o menor interesse público.
5. Diretamente, o assessor de imprensa não paga o seu salário. Não facilite as pautas que não são de interesse público.
6. Conheça o interesse detalhado de todos aqueles que têm interesse de serem suas fontes.
7. Ter um amigo promotor como fonte para suas pautas não é fazer jornalismo investigativo: é prestar serviço gratuito de assessoria de imprensa para o Ministério Público.
8. Se o seu chefe quer saber quem é sua fonte anônima, lembre-se: ele, sim, paga o seu salário.
9. Uma fonte só pode ser anônima se ela for absolutamente desinteressada com a publicação da pauta.

Havia travado no número nove. Deve ser alguma aversão religiosa falando subconscientemente.

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