domingo, 12 de dezembro de 2010

Torne seus preconceitos públicos!

No dia que distribuíram antipatia, madruguei para pegar ficha. Não se pode passar o tempo todo agradando. Sozinha, a vida já é tediosa. No primeiro dia em que o homem resolveu deixar de viver solitário, no primeiro contato social que nossa espécie estabeleceu, surgiu o primeiro preconceito. É difícil saber como isso se movimentou.

Provavelmente, o primeiro preconceito foi motivado pela desconfiança mútua. Nosso senso de auto-proteção deve ter empolgado esse sentimento primário, ainda muito distante dos preconceitos que atingiram, posteriormente, os homens civilizados.

Hoje, o supermercado de preconceitos é grande. O que está aumentando é a cara de pau generalizada. Essa onda "politicamente correta" só serve para arrebentar a nossa cabeça e vestir muito bem a camuflagem nos preconceitos socialmente relevantes.

Um dia, decidi que todos os meus preconceitos poderiam ser tornados públicos. O motivo é simples: eles não são relevantes. Minha lista de preconceitos é grande. Se todas as pessoas que têm preconceito com emo, leitor do Crepúsculo e freguês da Igreja Universal do Reino de Deus tivessem a hombridade de expor seus preconceitos, não tenho a menor dúvida que os preconceitos que realmente afetam a sociedade diminuiriam. Xenófobos, homofóbicos, racistas e especistas estariam encurralados. Sem a capa politicamente correta, com preconceitos públicos e visíveis, conheceríamos a verdadeira cara da miséria intelectual que nos condena ao obscurantismo moral, social e político.

Um comentário:

lucas disse...

interessante seu texto.