sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Senhor (a) futuro (a) presidente (a),

escrevo-lhe com o coração numa mão e o equilíbrio na outra. Gostaria de pedir, humildemente, que o justo crescimento de vagas no ensino superior público seja acompanhado de uma estrutura adequada para os estudantes. Também gostaria de lembrar que as cotas raciais universitárias, modelo só cogitado dentro de uma democracia razoável, ganhe um projeto revolucionário do ensino fundamental e médio. Assim, quando tivermos todos os jovens em igual condição de competição, poderemos datar o término dessa distinção.

Gostaria ainda, excelentíssimo (a), que os R$ 361milhões gastos com publicidade entre 2007 e 2009 fossem integralmente revertidos à área da saúde. Seria interessante que todos os incentivos fiscais dados às multinacionais fossem utilizados para fomentar a produção e o desenvolvimento das empresas de pequeno e médio porte, nossa real fonte de empregos.

Senhor (a) presidente (a), e se tivéssemos um programa decente para inclusão social das pessoas que recebem benefícios sociais? Um programa obrigatório e criterioso que garantisse verdadeiramente a inserção social das famílias em situação de vulnerabilidade seria algo interessante. Assim como as cotas raciais, todas as ações afirmativas, distribuídas com justiça e critérios objetivos, têm programas claros que prevêem, necessariamente, seu término. É assim nos países liberais que criaram as ações afirmativas. Por que não pode ser assim no Brasil? É justo que possamos usar os bons exemplos. Utilizá-los, no entanto, pela metade não remonta, apenas, uma medida populista e eleitoreira, presidente (a)? Tenho certeza que o senhor (a) me compreende.

Se nossos serviços essenciais não merecessem sua atenção especial, eles não seriam chamados de essenciais, senhor (a) presidente (a). As privatizações que representam, apenas, os interesses das empresas, realmente, não nos interessam. As agências reguladoras precisam regular sempre pensando no bem estar-social. E o atendimento à população precisa ser prioritário frente ao trabalho burocrático.

Se não for pedir demais, poderíamos encaminhar para o Congresso Nacional o fim da estabilidade para muitos cargos público, não é? Não são poucos os funcionários interessados em ocupar sua função levando em conta apenas essa estabilidade medievalesca. Muitos, não todos, mas muitos, estão desinteressados em, realmente, cumprir sua importante função: servir àqueles que pagam seus salários, a população. Por falar em funcionários públicos: e, se a maior parte dos cargos de confiança do seu governo fossem substituídos por funcionários concursados e definidos através de critérios técnicos? Isso poderia prejudicar sua imagem junto a seus correligionários, mas, pense bem, potencializaria tanto sua visibilidade junto ao eleitorado que tenho certeza: o senhor será reeleito.

Por ora, essas são as minhas famigeradas sugestões. Muito mais precisa ser feito. Mas, tenho certeza, excelentíssimo (a), que o senhor deve estar recebendo a correspondência de tantos brasileiros preocupados. Então, não quero me alongar.

Bom trabalho,

Everton Maciel,
estudante

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