domingo, 15 de agosto de 2010

Quem tem medo de livro mau, livro mau, livro mau?...

Não existe texto que não deveria ser escrito. Há filmes que não deveriam ser gravados, programas de TV que não deveriam ir ao ar. Mas nunca, nunquinha, um livro deveria ser considerado Index Librorum Prohibitorum.

O medievalismo mental brasileiro não pensa assim. Quem sabe seja exagero da Folha de São Paulo. Vá!
(Pausa para fazer mea culpa da profissão: jornalista médio adora a palavra "polêmica". Escrevem à revelia. Assim como adoram a palavra "caos". Nossa! Provoca orgasmos múltiplos em muita barby de redação. Fim da pausa. Segue o baile) Vai ver os caras da Folha devem ter encontrado a última pedaboba da Era Vitoriana para dizer que o livro da escritora gaúcha Monique Revillon, Teresa, que Esperava as Uvas, "é inapropriado pela grande carga de violência e erotização". Natural de São Leopoldo, Monique escreveu um livro de contos que ganhou o prêmio Açorianos em 2006. Em um dos contos, ela narra um estupro.

O livro foi distribuído para mais de 11mil escolas da rede pública brasileira e servirá de apoio pedagógico para alunos do ensino médio. Leia-se: pequenos delinquentes entre 15 a 17 anos. Pronto. Foi o suficiente para perturbar a mente dos vitorianos.

Perto da adolescência de hoje, menor de idade sou eu.

Não só o livro de Monique merece estar na lista de leitura de estudantes do ensino médio, como a obra da Bruna Surfistinha merece ser comparada com os sonetos de Camões.

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