sábado, 21 de agosto de 2010
Entre nossas guerras e nossos corpos...
Já deu para notar que sou tarado por fotografia, né? Gosto, sobretudo, de fotojornalismo. Deve ser fruto da minha frustração: nunca ter feito uma foto decente em toda vida. Sempre pensei assim: se repórter soubesse fazer fotografia, virava fotógrafo. E vice-versa.
Pois quem não pode virar repórter, e deve continuar tirando fotos, é Alejandro Cossío, mexicano e ganhador do mais importante prêmio jornalístico da América Latina, oferecido pela Fundação Novo Jornalismo Iberoamericano. Aquela mesma: fundada pelo legendário Gabriel García Márquez na década de 90.
A premiação de Cossío retomou a velha polêmica: foto de cadáver, no jornal, pode? Alejandro, claro, acha que pode. Eu penso que o contexto, ao qual ele mesmo submeteu seu trabalho, pode servir como critério geral para decidir se pode ou não publicar fotos de cadáveres: "Temos que fotografar os mortos, porque se trata de uma guerra", explica.
Realmente, parece haver uma diferença (sutil, como tudo que envolve problemas éticos) entre estampar o corpo de um acidentado no trânsito e uma pilha de pessoas sentenciadas, julgadas e condenadas por traficantes.
Daí vem alguém, compara o trânsito brasileiro com uma guerra e começamos toda a discussão outra vez... Não é lindo?
Postado na editoria do Capeta:
Imprensa e Veículos de Comunicação
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Um comentário:
Oi meu querido amigo! Para aliviar sua frustração devo dizer que tenho guardada uma fotografia que vc tirou e eu acho linda...Podemos até chamá-la de "Os Pombos de Pelotas" heheheheh
Bjos!!
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