sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Voltei para o blog

Esse não é um diário, mas ando tão de saco cheio que não tem jeito: vai rolar texto na primeira pessoa do singular. Feche essa aba, enquanto há tempo.

Existem alguns mitos que circulam estudantes de Filosofia. O maior desses mitos - que mais me atinge com preconceitos - é: Filosofia é coisa de quem gosta de 'viajar'. Não deveria falar sobre isso aqui. Poderia ser mais fácil. É só procurar alguém que me conhece e perguntar se eu gosto de 'viajar'. Vão rir do interessado. O motivo é simples: isso não deveria ser fonte de interesse. Mas, infelizmente, parece ser quando nós, acadêmicos de filosofia, somos carimbados como "viajões".

Então, vou registrar com todas as letras: no mundo todo, entre 6,5bi de pessoas, não existe uma santa entidade mais prática que eu. Portanto, se você não me conhece ou não conhece alguém que me conhece, agora já sabe tudo sobre moi.

Alguns detalhes são derivados dessa primeira informação: não junto lixo; não guardo quinquilharias que julgo serem 'cult', tipo: revistas, discos velhos e livros; detesto muita porcaria a minha volta; não tenho hobbies sem sentido; não fico falando ou escrevendo sobre coisas que não merecem serem faladas ou escritas; não vejo arte em qualquer pano de prato; não leio poesias durante horas de contemplação do firmamento. Não estou nem aí para o firmamento, seja lá o que pensaram quando inventaram essa palavra idiota! Resumindo: sou um saco.

Por que esse desabafo safado? Estaria eu preocupado com as coisas erradas, então? Deveria estudar Química, Física ou alguma ciência exata? Não. A Filosofia é a coisa mais útil e prática que pode ser procurada na árvore de todos os conhecimentos. Não argumentarei isso. Os químicos e físicos me entendem. Das duas uma: ou a pessoa que está lendo isso sabe do que estou falando ou precisa criar vergonha na cara e ir estudar. Um terceiro grupo pode me dar credibilidade e, simplesmente, acreditar em mim. Desrecomendo isso.

Como, em geral, as pessoas não entendem porcaria nenhuma de epistemologia, filosofia da ciência ou hermenêutica, esse mito cretino se arrasta há algumas centenas de anos. Já estudo isso há cinco anos e posso ratificar: se restassem apenas as cadeiras de História da Filosofia, faria tudo outra vez. Valeu a pena.

Para tentar colocar barreiras à praticidade da minha vida, alguns pilantras fazem perguntas do tipo: "por que um jornalista estudaria Filosofia?" Tenho uma resposta pronta: "para não fazer perguntas desse nível". Não economizo respostas prontas. Afinal, há gente que nem isso merece.

Daí pra frente, esse blog volta aos textos meramente informativos.

3 comentários:

Unknown disse...

muito feliz com a volta do blog!!!!!
abraços
marcela

Tiaraju disse...

Filosofia não serve pra nada mesmo. Tu que não percebeu ainda.

Anônimo disse...

Ave Everton