sexta-feira, 15 de maio de 2009

Economia: a semana passada a limpo

SOJA: O relatório do Departamento Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado esta semana, não trás surpresa alguma para o setor do agronegócio. A informação que merece maior atenção, para quem tem soja estocada, é a tendência de queda nos preços para os próximos períodos, apontado pelo relatório. É importante observar o mercado para escolher a melhor hora de vender.

SOJA 2 - Segundo o relatório da USDA, os preços médios em Chicago são projetados em recuo, devendo ficar entre US$ 8,45 e US$ 10,45 por bushel durante o ano comercial, contra mais de US$ 11,30 praticado nesta segunda semana de maio. A média estimada para o ano comercial 2008/09 ficaria em US$ 9,85, enquanto a média do ano anterior foi de US$ 10,10 por bushel. Lembrando que um bushel de soja equivale a 27,21kg.

ALTERNATIVA - “O que vocês estão fazendo com toda esta água que está caindo?” A pergunta, um pouco irônica, do economista, consultor e escritor Marco Aurélio Ferreira Vianna na abertura de sua palestra, no Centro Cívico, em Santa Rosa, na quarta-feira, 13, reflete sobre a realidade da região que seguidamente vivencia estiagens prolongadas. Está mais do que na hora aprendermos a coletar a água da chuva para utilizá-la na época da seca.

AÇÃO - Será que não está na hora de aprendermos com nossos irmãos nordestinos? Que tal descermos da arrogância de dizer que “sustentamos o Brasil” e tratar de seguir os bons exemplos de solução para a seca encontrada no Nordeste? Uma passada pelo Ceará é uma boa pedida para ver alguns exemplos disso.

AÇÃO 2 - Mas não adianta colocar toda a culpa no Estado. A iniciativa privada, as cooperativas, os setores produtivos devem começar a agir. É preciso senso de urgência.

MEDIDAS - O Governo Federal anunciará medidas que auxiliarão os agricultores familiares de municípios em emergência devido à estiagem no sul. O pacote buscam resolver problemas relacionados ao endividamento dos agricultores, garantir a capitalização e melhorar as condições de produção. Deverá haver ainda ações especiais para produtores de leite.

CONSUMO - Já escrevi aqui, na semana passada, que a crise financeira vinha mudando os hábitos de consumo das pessoas. Pois é! A cautela em relação a novas aquisições de bens duráveis por financiamento está levando o consumidor brasileiro, especialmente as mulheres, a gastar mais com consumo pessoal. Exemplo disso é o aumento do gasto com produtos de higiene e beleza, que cresceu 23% no primeiro trimestre deste ano na relação com o ano passado. O consumo de produtos de limpeza do lar aumentou 17%. As compras de alimentos, 15%; e as bebidas, 9%, no mesmo intervalo.

LEITE QUENTE - O Brasil passou a integrar na última semana, à Federação Internacional de Laticínios. Com isso o País quer acelerar o processo de consolidação da indústria nacional de lácteos no cenário internacional. O Brasil produz 30 bilhões de litros de leite por ano, e a estimativa é de que possa atingir exportações de 5 bilhões de litro de leite nos próximos cinco anos. O Brasil é um dos poucos países do mundo que pode aumentar verticalmente a sua produção leiteira.

FUSÃO - Está muito perto de ser concluída a negociação para juntar a Perdigão e a Sadia, duas das maiores companhias de alimentos da América Latina. Pelo que ficou acertado, a Perdigão incorporaria a Sadia por meio de uma troca de ações. A Perdigão cresceu nos últimos anos com aquisições como a dos laticínios Eleva (dona da marca Elegê). Entre os investimento da Perdigão está a construção de uma industria de leite em pó em Três de Maio, no noroeste do Rio Grande do Sul.

FUSÃO 2 - No ano passado, a Perdigão passou à Sadia em faturamento e registrou lucro de R$ 54 milhões. Já a Sadia fechou 2008 com um faturamento de R$ 10,7 bilhões. As operações malsucedidas com derivativos de câmbio levaram a empresa a registrar, no ano passado, o primeiro prejuízo de sua história, de R$ 3,8 bilhões. O negócio entre os grupos desafia o Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Onde tem fumaça, tem fogo?

FUSÃO 3 - Brasil Foods (BRF) será o nome da nova companhia que surgirá da união entre Sadia e Perdigão. O nome da futura maior empresa de alimentos industrializados do Brasil será em inglês, mas Brasil será grafado com S, como na língua portuguesa, nada de Brasil com Z.

ALIMENTOS - Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, até o fim deste ano mais quase um bilhão de pessoas passará fome no mundo por causa da crise de alimentos. Engana-se quem pensa que o problema é a falta de comida. Comida tem, o problema é a má distribuição.

ORGÂNICOS - Os alimentos orgânicos estão ganhando mais espaço nas prateleiras dos supermercados do país. O Pão de Açúcar, por exemplo, registrou crescimento de 40% na venda de orgânicos. Já o Wall-Mart relatou crescimento de 20% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2008. Os orgânicos podem custar entre 15% e 100% mais que os considerados convencionais. Seria este crescimento também reflexo das mudanças nos hábitos de consumo diante da crise?

ORGÂNICOS 2 - Especialistas dizem que o crescimento é um tendência. O apelo à vida saudável faz com que o mercado de alimentos orgânicos tenha crescimento expressivo ano a ano. A estimativa é que tenha movimentado, em todo o mundo, US$ 45 bilhões em 2008 e chegue a US$ 50 bilhões neste ano.

EMPREGO - A ocupação na indústria recuou 5%, em março, se comparada com o mesmo período de 2008, constituindo a maior queda nesse tipo de comparação apurada pelo IBGE desde o início da série da pesquisa, em 2001. É o sexto resultado negativo do dado na comparação em base mensal. No primeiro trimestre de 2009, o emprego industrial recuou 4%, comparado ao mesmo período de 2008. A queda trimestral no emprego interrompe uma sequência de dez trimestres de taxas positivas.

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