Everton Maciel
Até agora não estou conseguindo entender o motivo que levou as manchetes dos jornais brasileiros darem uma repercussão tão grande à decisão do arcebispo de Olinda que excomungou toda a equipe médica responsável pelo aborto da menina de nove anos, grávida do próprio pai de criação.
No mínimo, era de se esperar que nossos periódicos (diferente das emissoras de TV e Rádio) destacassem o fato do caso ser um marco no jurismo brasileiro e uma decisão médica importante e cientificamente serena.
Digo que esperava isso dos jornais, porque imaginei que os profissionais das redações impressas fossem mais razoáveis e menos viciados, quando comparados com aqueles que (como eu) trabalham nos veículos eletrônicos. Burrice minha. Enganei minha esperança.
Aquilo que os padres, bispos, arcebispos, cardeais e o próprio Bento 16 pensam, falam ou decidem interessa unicamente aos católicos. Sendo bem benevolente, esse assunto mereceria um subtítulo para uma reportagem muito mais importante.
Alguém pode levantar o dedo e dizer que os católicos são maioria no Brasil (apesar de estarem diminuindo), mas e daí? Será que nossos jornais não podem pensar um pouquinho mais como humanos e deixar de se comportar como se fossem simples entretenimento, voltado para um grupo de neuróticos? Seria pedir demais calcular que esse país tem mais para oferecer que milho a galinhas da idade média?
Às vezes é de perder a paciência e a esperança.
Um comentário:
Penso que o do arcebispo deveria começar a excomunhão com pai da menina para ele arder no inferno.
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