quinta-feira, 5 de março de 2009

Tá, e daí?

Everton Maciel

Até agora não estou conseguindo entender o motivo que levou as manchetes dos jornais brasileiros darem uma repercussão tão grande à decisão do arcebispo de Olinda que excomungou toda a equipe médica responsável pelo aborto da menina de nove anos, grávida do próprio pai de criação.

No mínimo, era de se esperar que nossos periódicos (diferente das emissoras de TV e Rádio) destacassem o fato do caso ser um marco no jurismo brasileiro e uma decisão médica importante e cientificamente serena.

Digo que esperava isso dos jornais, porque imaginei que os profissionais das redações impressas fossem mais razoáveis e menos viciados, quando comparados com aqueles que (como eu) trabalham nos veículos eletrônicos. Burrice minha. Enganei minha esperança.

Aquilo que os padres, bispos, arcebispos, cardeais e o próprio Bento 16 pensam, falam ou decidem interessa unicamente aos católicos. Sendo bem benevolente, esse assunto mereceria um subtítulo para uma reportagem muito mais importante.

Alguém pode levantar o dedo e dizer que os católicos são maioria no Brasil (apesar de estarem diminuindo), mas e daí? Será que nossos jornais não podem pensar um pouquinho mais como humanos e deixar de se comportar como se fossem simples entretenimento, voltado para um grupo de neuróticos? Seria pedir demais calcular que esse país tem mais para oferecer que milho a galinhas da idade média?

Às vezes é de perder a paciência e a esperança.

Um comentário:

Anônimo disse...

Penso que o do arcebispo deveria começar a excomunhão com pai da menina para ele arder no inferno.