quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Somos todos candidatos

Everton Maciel, de Pelotas

Sou fascinado pelo horário eleitoral gratuito. Realmente, é um grande evento. As eleições são uma festa mais brasileira e popular que o carnaval, além de ter um projeto mais democrático: permite a presença de todo tipo de gente e, o melhor, sem fantasias carnavalescas. São todos brasileiros, a grande maioria semi-alfabetizados, pilantras, furadores de fila, pessoas acostumadas com o sistema do jeitinho.

O horário eleitoral é um tratado crasso do que temos de pior. Eu adoro. Espero o dia todo para ver os candidatos.

Hoje, estava vendo os candidatos à Câmara de Vereadores de Pelotas. Entre tantas aberrações, fiquei boquiaberto com um postulante ao legislativo pelotense prometendo resolver o problema da segurança pública na cidade. Ele prometia “mais viaturas para a Brigada Militar, policiais nas ruas e um atendimento mais humano nas delegacias de polícia”.

Surpreendente.

Como sabemos, a segurança pública é uma prerrogativa do Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança. Um vereador não tem poder legal para atuar nessa área. Quando muito, pode enviar uma cartinha para o comando da Brigada pedindo alguma melhoria. Mas isso qualquer um de nós pode fazer.

Esse candidato mostra a total falta de preparo intelectual e emocional da nossa gente. Se souber ler, acho difícil que tenha lido um livro durante toda sua vida.

O candidato a vereador é uma mostra do que temos de pior. A boçalidade daquele senhor com cara de indignado é o resumo do nosso país. Somos ele.

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