sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Livre para pensar... e se expressar

Paulo Gastal Neto (foto) é graduado em Comunicação Social/Habilitação Jornalismo pela UCPel, repórter e apresentador da Rádio da Universidade Católica de Pelotas e mantém a coluna "Bola Branca" no jornal Diário da Manhã. Texto publicado originalmente no seu blog

Coorporativamente o Sindicatos dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul continua batendo na tecla da desregulamentação da profissão mostrando-se abertamente contra a liberdade de se praticar o livre pensar e o direito de veicular. Na nota repassada nesta terça-feira chega a ser patético o desconhecimento da história do jornalismo. Ao finalizar uma das notas veiculando o pensamento do deputado Frederico Antunes, o parlamentar além de anunciar uma verdadeira pérola que evidencia o seu limite intelectual, sintetiza o pensamento coorporativo do sindicato entendendo que está contribuindo para a sociedade. Antunes diz com "autoridade": "Também não aceito que um juiz, que seja um ministro do Supremo, decida sobre o destino do Jornalismo. Ele não tem formação nessa área. A área dele é a do Direito".

Primeiro: Juízes do Supremo não julgam somente jornalistas, que aliás não são a casta da sociedade, mas julgam todos os integrantes da sociedade.

Segundo: A profissão de jornalista está baseada nos fundamentos do direito, pois nele se formaram os grandes jornalistas brasileiros do passado. A advocacia foi a porta do jornalismo durante várias décadas e muitos jornalistas, hoje, são advogados também.

Antunes perdeu uma grande oportunidade de não se manifestar tamanha a asneira que disse.

A nota segue com a comemoração de uma patética reunião realizada pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Uma nota ridícula, rizível. Leia:

"Os jornalistas obtiveram importante apoio na luta pela regulamentação da profissão do Legislativo gaúcho na manhã desta terça-feira, dia 16 de setembro. Durante audiência pública 'Proposição de desregulamentação da profissão de jornalista', realizada pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, os deputados se comprometeram a assinar um manifesto em defesa do diploma para o exercício da profissão e encaminhar ao Supremo Tribunal Federal - STF. 'O jornalista é um grande educador nessa nossa sociedade moderna e globalizada, e precisamos reconhecer e valorizar sua formação', afirmou a presidente da comissão, deputada Marisa Formolo, do PT. A audiência, que durou mais de duas horas, foi transmitida ao vivo pela TV Assembléia.

O deputado Frederico Antunes, PP, destacou que o Jornalismo é fundamental para a prática da democracia. 'Vim aqui para ouvir especialistas falarem sobre o tema, pois não vejo a repercussão desse debate em nenhum veículo de comunicação. Somos a favor de regulamentação da profissão e da ética no Jornalismo'. O parlamentar acrescentou que quem tem acesso aos veículos de comunicação detém o poder, e o que precisa ser debatido e revisado é a concessão de veículos de comunicação, principalmente aqueles que estão nas mãos de parlamentares".


A LIBERDADE DE OPINIÃO, MANIFESTAÇÃO

É UM PRECEITO CONSTITUCIONAL QUE INDEPENDE DE DIPLOMAS. BEM FAZ O MAIS IMPORTANTE VEÍCULO DO PAÍS - A FOLHA DE SÃO PAULO - EM DEFENDER A LIBERDADE E COMBATER ESSA REGULAMENTAÇÃO FASCISTA!

Um comentário:

Anônimo disse...

Este orgumento utilizado pelo pseudo jornalista formado na UCPel, é praticamente o discurso de todos aqueles que obtiveram o registro precario, ou seja, que não possuem curso superior em jornalismo, ou em nenhum outro. É necessário sim para o bem da democracia que a informação seja de qualidade e produzida por profissionais diplomados pela Universidade.
Salvador Tadeo - secretário geral do Sindicato dos Jornalistas, "Médico Ginecologista", Engenheiro Civil", e "Advogado", ja que a regulamentação profissional esta sendo banalizada.