quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Na China, é assim...

Da BBC Brasil

Um representante do comitê organizador da Olimpíada de Pequim defendeu nesta quarta-feira a decisão de substituir um menina que cantou na abertura da Olimpíada de Pequim por outra, considerada mais bonita, que foi dublada no espetáculo.

A menina Lin Miaoke (foto da direita), de nove anos, foi a que se apresentou no palco durante a cerimônia, mas posteriormente foi confirmado que a voz que todos ouviram foi a de Yang Peiyi, de sete anos.
“Não vejo nada de errado nisso se todos os envolvidos concordarem”, disse Wang Wei, vice-presidente-executivo do comitê.

Wang explicou que a decisão foi tomada de última hora e conjuntamente “pelo grupo de diretores” do comitê, com o objetivo de beneficiar “toda a performance, toda a cerimônia de abertura”.

Anteriormente, o diretor musical da cerimônia de Abertura, Chen Qigang, já havia dito que Yang foi substituída de última hora, mas afirmara que a decisão foi de um membro de alto escalão do governo chinês.

Censura
De acordo com jornalistas da BBC em Pequim, as referências à história envolvendo as duas meninas desapareceram dos principais sites de notícias chineses nesta quarta-feira, inclusive o da empresa de comunicação que divulgou a notícia em primeira mão.

Os meios de comunicação chineses e os sites são vigiados pelo governo chinês, que freqüentemente censura conteúdo sob o argumento de defender os interesses nacionais.
O incidente da dublagem não é o único que foi interpretado como constrangedor para os organizadores dos jogos de Pequim.

Também foi divulgado que algumas imagens mostradas na abertura da Olimpíada, mostrando fogos de artifício formando pegadas no céu da capital chinesa, foram gravadas previamente e transmitidas como se fossem ao vivo.

Os organizadores também contrataram pessoas para preencher espaços vazios em alguns locais onde ocorrem eventos dos jogos.

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