sábado, 26 de julho de 2008

A lei eleitoral: cada macaco no seu galho

Everton Maciel, de Pelotas

Mais uma vez, ando na contramão da maioria dos colegas da comunicação eletrônica. Terminarei conversando sozinho em uma sala escura. Que horror! Quer saber? Nem tô!

Dessa vez, não posso concordar com o discurso presente no senso comum da imprensa de que a Lei Eleitoral, que proíbe algumas manifestações em emissoras de rádio e TV, atrapalha o trabalho do jornalista. Isso é bobagem. Além de existirem muitas outras coisas para irem às pautas dos noticiários, todos sabemos que as emissoras de rádio e TV não possuem proprietários, mas, sim, administradores. Estamos falando de concessões públicas, cedidas pelo Estado Brasileiro para a exploração privada. Algum xiita apaixonado pode levantar o dedo e sentenciar que as concessões acabam sendo liberadas de acordo com a vontade política daqueles que estão no poder. Verdade. Mas não sejamos ingênuos para tentar resolver o adultério colocando fogo no sofá, usado para o crime. Esses problemas são distintos. Falamos daquilo que deve ser. Se aquilo que deve ser não é, consertem!

Outro detalhe importante é que as argumentações de alguns colegas de rádio e TV parecem que só funcionam quando são em benefício próprio. Cansei de ouvir homens de opinião pública reclamando em seus microfones os mesmos direitos de exploração comercial que os jornais têm nos períodos eleitorais, comercializando espaços publicitários a todo tipo de candidato. Os jornais são propriedades, comparadas às gráficas que imprimem os santinhos. As emissoras de rádio e TV, não!

Quantos e quantos coronéis seriam eleitos se suas emissoras de rádios e TV pudessem fazer campanhas a revelia para suas figuras charlatonas, não só inúteis, mas prejudiciais aos interesses do eleitor?

A Lei Eleitoral é boa. A legislação não prejudica ou, muito menos, proíbe a informação. Serve para evitar favores e desfavores. Nenhuma emissora de rádio tomará a temida multa de R$ 150mil, se não fizer uma bobagem muito grande. É só ter atenção e não permitir que o coração apaixonado de muitos profissionais faça bobagem. Se for assim, nenhum promotor eleitoral tirará o sono de radiodifusor algum.

Vou me apropriar de Peter Singer e da sua obra “Ética Prática”: queridos colegas, radialistas e comentaristas, somos seres racionais e a razão não é subordinada de nossos interesses.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cadê o meu texto Everton???

Sem Papel e Tinta disse...

Como cadê teu texto? Tá no Blog, desde ontem. O Juca me passou. Tudo que chega a mim é publicado. Acho que você precisa organizar a suas listas...

Maciel...