sábado, 12 de julho de 2008

É hora de mudar a faculdade de Comunicação

Esse texto foi publicado, originalmente, no site Comunique-se. O autor, José Nello Marques (na foto com o Jó), é formado em Comunicação Social e Direito. A idéia dele ratifica a posição do Capeta: na universidade, o lugar do jornalismo é nos cursos de especialização.

O curso superior de Comunicação Social continua sendo questionado nas redações e na maioria das vezes a crítica supera qualquer benefício ministrado durante os quatro anos da graduação. No Ministério da Educação já é voz corrente a preparação de uma grande operação de investigação nos cursos existentes, nos moldes do que está acontecendo com o Direito e a Medicina. Apesar de atuação firme dos Sindicatos e da Federação Nacional de Jornalismo, não temos uma instituição forte capaz de capitanear essa ação, como acontece com a OAB e o CRM. Mas muitos cursos poderão ser penalizados pela fragilidade na formação dos jovens que embarcam no Jornalismo e na Publicidade.

Momento ideal para colocar em discussão a transformação da graduação de quatro anos em especialização de dois anos, com a exigência de curso superior em qualquer área para sua implantação. Nossas cidades estão inundadas por rádios AMs e FMs, TVs nacionais e regionais, emissoras de empresas, de supermercados, comunitárias, universitárias e piratas. Sem contar a WEB, que abre uma janela de rádio e TV pessoais para o mundo.

Quatro anos nos bancos escolares são arrastados e muitas vezes distanciados da realidade, sem levar em conta um semestre inteiro para montagem do TCC (Trabalho de Conclusão do Curso). Uma boa grade possibilitaria a formação mais rápida e melhor, abriria a porta para graduados das mais diferentes áreas (muitos que já atuam como convidados, consultores, etc.), e possibilitaria a contratação de acadêmicos titulados e profissionais da área para uma prestação de trabalhos mais rápida. A transformação jamais passaria pela eliminação do título (diploma) para exercício da profissão, mas serviria para adequá-lo à nossa realidade. Além disso valorizaria brilhantes companheiros que se esfalfam para suprir no ensino superior as deficiências da péssima escola de base e fundamental. Não podemos mais continuar com a “catilinária” de que o curso não forma como o mercado quer. E continuar jogando no mesmo balaio as instituições que tem compromisso real com a educação, tem a missão de formar, com aquelas que visam apenas o lucro fácil proveniente da ilusão dos mais jovens.

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