segunda-feira, 16 de junho de 2008

Município do Norte de Mato Grosso é exemplo em desenvolvimento Sustentável

Projeto Lucas do Rio Verde Legal comemora um ano de realizações no município e já inspira trabalhos parecidos na região.

Ana Zyk, de Lucas do Rio Verde, Matro Grosso

Lucas do Rio Verde, aproximadamente 350 quilômetros de Cuiabá, tem cerca de 40 mil habitantes, sua economia é baseada na agricultura que responde por 65,88% da área fértil do município. A pecuária tem 2,53% dessa fatia. Os números mostram também que 10% de toda Área de Preservação Permanente (APP) está desmatada. Os dados levantados fizeram com que a prefeitura municipal de Lucas, em parceria com a ONG The Nature Conservancy (TNC) e empresas ligadas ao meio rural, elaborassem o projeto “Lucas do Rio Verde Legal” que completou um ano de realizações neste mês de Junho. A elaboração do mapa de uso do solo do município, atendimento a mais de 200 propriedades para orientar o isolamento de mata ciliar para regeneração, diagnósticos ambientais de cada propriedade rural e a edição do primeiro decreto exigindo que o produtor recupere as matas ciliares são só alguns dos resultados obtidos neste primeiro ciclo da implantação do projeto.

As conquistas foram apresentadas na última sexta-feira, 13, no Centro de Eventos Araras. Estiveram presentes autoridades municipais como o prefeito de Lucas, Marino Franz, a secretária de agricultura Luciane Copetti, o deputado federal Otaviano Pivetta, o secretário de desenvolvimento Rural Sustentável, Egon Krakheche, secretário de Estado de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldechan e o vice-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa. Também foram apresentadas as novas diretrizes para a segunda etapa do projeto. “Vamos auxiliar o proprietário para que ele possa ter o alicerce para poder regularizar a sua propriedade, a partir do relatório feito nesta primeira fase”, explica a secretária municipal de agricultura Luciane Copetti.

Com o projeto, Lucas é o primeiro município do país a ter uma produção ambiental sustentável, pois tem o objetivo de compatibilizar a produção agropecuária e o meio ambiente, mantendo suas propriedades rurais regularizadas. “Temos que mostrar que produzimos riquezas e estamos licenciados”, discursa o prefeito de Lucas, Marino Franz. A iniciativa tem servido de exemplo para muitos municípios da região e também de Mato Grosso. Assim como em Sinop, há cerca de 150 quilômetros de Lucas, onde a região sofre com problemas ainda mais graves, pois é uma região madeireira e segundo o prefeito do município, Nilson Leitão, ações como essas podem ser adaptadas por todo o Mato Grosso. “Iniciativas como essa fazem a diferença, mas deve haver um comprometimento do governo federal, não só de cobranças, mas de apoio. Sinop está fazendo sua parte também”, afirma Leitão.

Segundo o vice-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, “travamos uma batalha gigantesca para tirar a imagem de um Estado predador e para isso estamos mostrando para o mundo, através deste projeto, que nós preservamos e queremos estar dentro de um modelo de Sustentabilidade”, relata.

O papel da Ong TNC, que já existe desde 1951, é de dar suporte técnico. “Apoiamos tecnicamente na concepção do projeto, na idealização dos passos e dos mecanismos para poder desenvolvê-lo”, explicou o gerente do projeto pela TNC, Henrique Santos.


Protocolo de regularização ambiental


Na ocasião, também foi assinado o protocolo de regularização ambiental no setor agropecuário entre prefeitos dos 13 municípios que integram o Consórcio de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental Alto Teles Pires. Do consórcio, fazem parte Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Vera, Nova Mutum, Santa Carmem, Tapurah, Cláudia, entre outros.

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